Novo reelege Zema, mas encolhe na Câmara e não atinge cláusula de barreira
Bancada do partido caiu de oito para três deputados, o que significa menos tempo de TV e perda do direito a participar de debates
Em que pese a comemoração pela reeleição em primeiro turno do governador de Minas Gerais, Romeu Zema — uma conquista relevante, porque é o segundo maior colégio eleitoral do país, há quase nada mais para o partido Novo nas eleições deste domingo, quatro anos depois de ter despontado como uma das maiores surpresas da política nacional.
O Novo reduziu a sua bancada na Câmara de oito para três deputados federais. Foram reeleitos Marcel van Hattem (RS), Adriana Ventura (SP) e Gilson Marques (SC). Lucas Gonzalez (MG) e Alexis Fonteyne (SP) não conseguiram se reeleger, e Paulo Ganime (RJ), Vinícius Poit (SP) e Tiago Mitraud (MG) se candidataram a outros cargos, sem sucesso — e sem conseguirem eleger sucessores.
Já entre os deputados estaduais e distritais, a legenda, que teve doze eleitos em 2018 — três em Minas, quatro em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, dois no Rio Grande do Sul e uma no DF –, agora só conseguiu fazer cinco: Matheus Cadorin (SC), Leo Siqueira (SP), Dr. Maurício (MG), Zé Laviola (MG) e Felipe Camozzato (RS).
O desempenho é decepcionante para o partido, que tinha como objetivo aumentar sua bancada, ou ao menos repetir o número de eleitos de quatro anos atrás, uma vez que a legenda teve mais candidatos agora do que há quatro anos (463 a 409, somando deputados federais, estaduais e distritais). Só em São Paulo, o maior colégio eleitoral, 56 pessoas se candidataram à Câmara pelo Novo e apenas uma se elegeu, com cerca de 109,5 mil votos — a 54ª mais bem votada no estado.
E, além de decepcionar, o resultado também significa que o Novo não atingiu a cláusula de barreira, uma vez que não elegeu 11 deputados federais e nem teve 2% dos votos válidos, ambos distribuídos em pelo menos um terço das unidades da federação. Com isso, o Novo terá acesso restringido ao fundo partidário e ao tempo de propaganda na televisão, não precisa ser obrigatoriamente chamado para os debates nas próximas eleições e perde direito à estrutura de liderança partidária na Câmara.
O partido também perdeu protagonismo nas eleições presidenciais, já que Luiz Felipe D’Ávila ficou apenas em sexto lugar, com 0,47% e 559.680 votos. Em 2018, João Amoêdo foi o quinto colocado, com 2,50% e 2,6 milhões de votos.