No 1º de Maio, Lula lista promessas e faz novo ataque à taxa de juros
Presidente afirmou que taxa de 13,75% ao ano é responsável por desemprego e voltou a alardear 'Novo PAC' com investimentos em infraestrutura
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar a taxa de juros no país e afirmou que o patamar atual — de 13,75% — é responsável pelo alto índice de desemprego no país. Lula participou nesta segunda-feira, 1º, do ato do Dia do Trabalhador, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
“A gente não pode viver mais em um país em que a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego, porque ela é responsável por uma parte da situação que vivemos hoje”, declarou, ao lado de ministros como Paulo Pimenta (Secom), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho), além de representantes das centrais sindicais.
A manutenção da Selic em 13,75% ao ano pelo Banco Central — e a autonomia do banco, que permite a fixação da taxa — tem sido o principal embate do governo com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Na última reunião do Comitê de Política Monetário (Copom), o BC avaliou que a desaceleração da economia é tida como necessária para garantir o controle da inflação, “particularmente após período prolongado de inflação acima das metas”.
No discurso desta segunda-feira, 1º, Lula prometeu, ainda, retomar programas como o Farmácia Popular, garantir a equiparação salarial entre homens e mulheres e estudar a isenção do Imposto de Renda, para o trabalhador, sobre a participação nos lucros e resultados. Atualmente, as empresas são isentas de taxação sobre os lucros.
O presidente também mencionou o projeto que garantirá o reajuste do salário mínimo acima da inflação anualmente. A proposta, anunciada no último domingo, 30, será enviada ao Congresso nesta semana e prevê, inicialmente, o aumento do piso de 1302 reais para 1320 reais já a partir desta segunda.
Novo PAC
Lula voltou a alardear o lançamento do “novo” PAC — Programa de Aceleração do Crescimento –, que deverá contar com um megapacote de investimentos em infraestrutura e gerar empregos no país. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, havia anunciado inicialmente que o programa seria lançado no fim de abril. O prazo, agora, é final de maio, segundo a pasta.
“Outra coisa que vamos trazer de volta é a geração de emprego (…) Estamos convidando empresários estrangeiros para fazerem investimentos no Brasil. Estamos mostrando pra eles grandes projetos que vamos apresentar no terceiro PAC. Vai ser o maior projeto de infraestrutura desse país, e a gente vai voltar a gerar emprego”, disse o presidente.
De acordo com Rui Costa, o “novo” PAC será focado em parcerias público-privadas (PPPs) e na conclusão de milhares de obras paradas pelo país, além da execução de novos projetos.