MS: Candidato é citado em mensagens sobre suspeita de compra de denúncia
Eduardo Riedel, postulante ao governo do Mato Grosso do Sul, teria subornado mulheres para acusar de abuso sexual o seu rival, Marquinhos Trad (PSD)
O ex-secretário e candidato ao governo do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), foi citado numa troca de mensagens entre mulheres que acusaram de abuso sexual o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), também postulante ao comando do estado. Riedel concorre com o apoio do atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Na troca de mensagens, uma das mulheres diz que Riedel e Carlos Alberto de Assis, diretor da Agência de Regulação do atual governo, fizeram uma proposta “top” de “trabalho” a ela, mas sem dar mais detalhes. Uma das envolvidas já se retratou em cartório, dizendo que recebeu dinheiro de Assis para fazer a denúncia contra Trad.
Assis também é suspeito de oferecer 1.000 reais e um emprego na gestão estadual a uma mulher em troca de provas contra o ex-prefeito de Campo Grande, através de outra conversa no Instagram à qual VEJA teve acesso.
A troca de mensagens será anexada aos autos pela defesa de Trad, que nega as acusações feitas por ao menos por três mulheres em depoimento à Polícia Civil. Toda a conversa foi registrada, com autorização de uma das mulheres, em nota autorial, que atesta a sua veracidade. Segundo Trad, as investigações começaram depois que ele criticou uma operação policial no estado, o que teria motivado até ameaças por parte do delegado Antônio Carlos Videira, atual secretário de Segurança Pública.
Esse é o episódio mais recente de uma das eleições estaduais campeãs de baixarias neste ano. Em julho, Trad se tornou alvo de uma investigação da Polícia Civil sobre supostos abusos sexuais ocorridos em 2020, quando ele ainda estava no cargo de prefeito.
Na mesma semana, uma das mulheres ouvidas pela Polícia Civil firmou uma declaração em cartório segundo a qual a acusação é falsa e que ela recebeu 2.000 reais para fazê-la. Segundo o relato registrado em cartório, ao qual VEJA teve acesso, a testemunha disse que ela e outras duas colegas foram procuradas por adversários de Trad durante uma festa com a oferta de dinheiro para que acusassem o candidato do PSD de assédio sexual.
A pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada no dia 5 de setembro mostrou Marquinhos Trad com 18%, abaixo do ex-governador André Pucinelli (MDB), que tem 22%, e à frente do Riedel, que tem 17%. Em comparação com o levantamento de três meses atrás, antes das denúncias virem a público, Trad caiu quatro pontos nas intenções de voto, enquanto Riedel subiu nove pontos. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.