Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Advogado de investigados no caso Moraes em Roma fala em ‘prova ilícita’

Relatório da Polícia Federal contém trechos da conversa dos investigados com a defesa deles

Por Isabella Alonso Panho Atualizado em 16 fev 2024, 19h16 - Publicado em 16 fev 2024, 18h56

A defesa dos investigados no caso que apura agressões contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma pediu nesta sexta-feira, 16, que sejam retirados dos autos trechos da conversa deles com o advogado que os defende, alegando que a prova é ilícita. No relatório final das investigações, apresentado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta, 15, consta uma transcrição de uma das primeiras conversas entre um dos investigados, Roberto Mantovani Filho, e o advogado Ralph Tórtima Filho, que representa os três investigados no inquérito.

A extração da conversa foi possível porque, logo que Mantovani Filho, sua esposa Andreia Munarão e seu cunhado Alex Zanatta Bignotto chegaram ao Brasil, tiveram seus celulares apreendidos. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou uma busca e apreensão nas residências deles, onde foram apreendidos outros telefones e notebooks. Inicialmente, a investigação queria apurar se havia relação entre as agressões no aeroporto de Roma e os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. No entanto, ao concluir o inquérito, a Polícia Federal desistiu de indiciar os investigados e entendeu que o episódio teve “menor potencial ofensivo”.

Na transcrição da conversa que consta no inquérito, o advogado orienta seus clientes a não falarem com a imprensa e pede que eles enviem documentos de defesa através de outros telefones. “Foram inúmeras as ilegalidades, arbitrariedades, excessos e abusos ao longo dessa investigação, que gerou a criativa conclusão de eventual crime de menor potencial ofensivo, ocorrido no exterior, o que, por si só, impediria fosse investigado em território nacional. Logo, não me surpreende mais esse repugnante e intencional vazamento, agora de uma conversa profissional inócua, mas protegida por sigilo”, disse Tórtima. O pedido de desentranhamento (retirada de um documento do processo) ainda não foi apreciado e aguarda decisão do ministro Dias Toffoli, relator da investigação.

O argumento da defesa é que, mesmo que a apreensão dos celulares tenha sido autorizada pela Justiça, as conversas entre cliente e advogado são invioláveis por previsão constitucional e não poderiam estar transcritas no inquérito, porque não contêm elementos relevantes para a investigação. “Estaremos solicitando o desentranhamento dos autos e também estaremos avaliando a responsabilização desse vazamento de conversa protegida por sigilo”, diz o advogado dos três investigados.

Continua após a publicidade

Confusão na perícia

Esse não é a primeira polêmica relacionada ao inquérito. As imagens de câmeras de segurança registradas no aeroporto de Roma estão protegidas por sigilo — enquanto o inquérito é público. Para além disso, existe um conflito de versões entre peritos que as avaliaram. Como mostrou VEJA, as primeiras análises foram feitas por agentes da Polícia Federal e renderam ao presidente da Associação dos Peritos Criminais Federais (APCF), Willy Hauffe Neto, um processo disciplinar. O motivo: a entidade divulgou uma nota questionando o fato de a análise das imagens do aeroporto ter sido realizada por um agente, o que, além de incomum, comprometeria a qualidade e a isenção do trabalho. A defesa pleiteia o acesso às mesmas imagens para poder fazer sua própria perícia.

Recurso em pauta

Começaram a ser julgados no plenário virtual do STF dessa sexta-feira dois recursos, um da defesa dos investigados e outro da Procuradoria-Geral da República (PGR), que questionam o sigilo das imagens e o ingresso de Alexandre de Moraes e seu filho como assistentes de acusação no inquérito. A legislação penal prevê que essa modalidade de participação só existe na ação penal e, no caso do aeroporto de Roma, não houve denúncia. A PGR irá se manifestar sobre o relatório final da PF, que desistiu de indiciar os três investigados.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.