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Monitoramento da Amazônia e outros biomas pode parar por falta de verba

Em meio à crise no Inpe, Brasil deixará de observar desmatamento no Cerrado em duas semanas; verba para Mata Atlântica, Pantanal e caatinga dura seis meses

Por Tulio Kruse Atualizado em 14 dez 2021, 13h49 - Publicado em 14 dez 2021, 13h10

Após passar o ano de 2021 com o pior orçamento da história recente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pode terminar o próximo ano sem dinheiro para monitorar o desmatamento em boa parte do país. A partir de janeiro de 2022, o instituto não terá mais verba para monitorar o Cerrado. O bioma tem a maior taxa de desmatamento no país e é essencial para garantir o abastecimento de água – oito das doze bacias hidrográficas brasileiras têm suas nascentes no Cerrado, e retirada da mata nessas áreas atinge diretamente os reservatórios.

A coordenação já considera inevitável a paralisia dos estudos no Cerrado, mesmo que temporária. O financiamento para monitorar o bioma é feito através de um contrato com o Banco Mundial, que dura apenas até 29 de dezembro. A direção do Inpe ainda não tem alternativa de financiamento para manter o projeto.

O dinheiro repassado pelo governo federal é usado apenas para monitoramento da Amazônia, mas não banca as equipes que acompanham o desmatamento no restante do país. A previsão é que em 2022 ocorra um pequeno aumento no orçamento dessa área: neste ano foram separados 2,6 milhões de reais para o projeto, e no ano que vem deve haver um incremento de cerca de 1 milhão. Mesmo assim, ex-diretores do instituto dizem que o valor não é suficiente para bancar a pesquisa durante o ano todo. “Não vejo como sair disso. Os recursos orçamentários providos pelo governo não são suficientes para tocar esses projetos”, diz o ex-diretor Ricardo Galvão, que comandou o Inpe até 2019.

Para monitorar os outros quatro biomas do país – pampa, Pantanal, Mata Atlântica e caatinga –, há dinheiro garantido só por mais seis meses, como já mostrou reportagem de VEJA. Em junho, o instituto gastará seus últimos centavos do Fundo Amazônia no monitoramento desses quatro biomas, e ainda não há dinheiro garantido para manter esses programas. Uma das opções é conseguir verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que teve um corte de 600 milhões de reais em outubro — a esperança é que o governo devolva uma parte desse valor. O instituto também concorre a um financiamento do fundo internacional Green Climate Fund, para substituir o apoio privado que perderá.

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Outro problema grave é a falta de pesquisadores para elaborar os relatórios de desmatamento. O Inpe tem em torno de metade do número de funcionários que já abrigou em 2013. Cerca de um terço deles já recebe o abono permanência — ou seja, poderiam se aposentar, mas continuam trabalhando –, o que pode deixar as equipes pequenas demais para entregar os dados de monitoramento dentro dos prazos. O instituto tem investido em soluções de inteligência artificial para mitigar parte dessa falta de pessoal, mas não há certeza de que isso será suficiente para suprir o gargalo.

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