Maquiavel
Por José Benedito da Silva
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Ministro lista legados dos últimos presidentes e não cita Dilma
Em evento, tucano Aloysio Nunes (Relações Exteriores) cita realizações de Collor, Itamar, FHC e Lula, critica Dilma e diz que Temer é ousadamente reformista
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Atualizado em 31 Maio 2017, 12h17 - Publicado em 30 Maio 2017, 17h24
Em discurso a investidores e empresários em um hotel de São Paulo, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), citou o legado deixado por todos os presidentes do país desde o fim da ditadura militar (1985) para fazer um elogio a Michel Temer (PMDB), considerado por ele “um governante reformista”. Ou quase todos. Ao enumerar as marcas de cada ex-presidente, ele pulou de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) direto para Temer, sem fazer menção a Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment, apoiado pelo tucano, em seu segundo mandato como presidente, no ano passado. Sem citá-la nominalmente, a ex-presidente foi lembrada apenas no início da fala como exemplo de populismo.
“Num rápido sobrevoo dos momentos mais marcantes, dos líderes que se sucederam no comando do país, permite-nos identificar uma linha de continuidade e um surto ocasional de populismo e de intervencionismo desastrado. Sarney foi o presidente da redemocratização. Collor, da abertura comercial. Fernando Henrique, que, ainda no governo de Itamar [Franco], derrotou a hiperinflação e iniciou programas de inclusão social que permanecem até hoje. Lula fortaleceu a inclusão social e colocou o combate à pobreza extrema no centro da agenda política do país. Michel Temer, que chegou ao governo há menos de um ano, poderia ter se acomodado nessa situação, mas não, ele não fez apenas um governo de transição. Ele é ousadamente reformista e busca atualizar o legado dos seus antecessores”, disse Nunes. Após a fala, alguns integrantes da plateia se perguntaram: “E a Dilma?”
A fala do tucano foi simbólica num momento em que seu partido, o PSDB, discute alternativas para a saída do presidente após o governo se ver diante de uma crise deflagrada pela divulgação da delação premiada da JBS. Em seus discursos, Temer, ministros e lideranças da base aliada buscaram passar uma mensagem de otimismo e normalidade aos agentes de mercado no Fórum de Investimentos 2017, realizado nesta terça-feira em São Paulo.
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