O candidato à prefeitura de Manaus Capitão Alberto Neto (PL) afirma que fará uso de sua “capacidade política” e “habilidade para conversar em todos os campos” caso seja eleito no próximo domingo, 27. O deputado federal rivaliza no segundo turno com o atual prefeito da cidade, David Almeida (Avante).
Candidato assumidamente identificado com a direita, Alberto Neto disse que o diálogo se dará independentemente de ideologias políticas, com o principal objetivo de viabilizar projetos e trazer melhorias à capital amazonense — que, segundo ele, está “abandonada” pelo atual mandatário.
O parlamentar é aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro e faz críticas frequentes às gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Wilson Lima (União Brasil).
“Vamos dialogar com o governo federal e com o governo do estado, a fim de trazer projetos bem definidos (…), buscar recursos e entregar projetos que de fato mudem a vida das pessoas”, disse o candidato durante sabatina promovida por VEJA, dentro do projeto VEJA E VOTE.
Assista à íntegra da sabatina no vídeo acima.
Disputando o comando da metrópole que mais cresce no país, segundo o Censo do IBGE, Alberto Neto prometeu investir em habitação e colocar fim à ocupação desordenada, hoje um dos problemas da cidade, Ele pretende aprovar, já em 2025, o novo Plano Diretor, pautado no adensamento e na verticalização da zona urbana, o que, segundo ele, promoverá mais desenvolvimento, melhor qualidade de vida à população e impedirá a expansão horizontal da cidade para áreas sem infraestrutura.
“Quanto mais a cidade cresce de maneira horizontal e desordenada, você tem dificuldade de levar saneamento, transporte, saúde. Quando você verticaliza, melhora a mobilidade urbana, as pessoas começam a morar próximas ao local de trabalho e há mais acesso a serviços”, afirmou. O candidato declarou que buscará parcerias com a iniciativa privada e com o poder público federal — por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo.
Ainda falando de mobilidade e transporte, Alberto Neto voltou a defender uma de suas principais propostas de campanha: a de dar andamento ao projeto do BRT (corredor de ônibus de alta capacidade), que deve ligar a Cidade Nova ao Centro. “São 26 quilômetros, em mão dupla, com custo de 528 milhões de reais. Já existe recurso no BNDES, com pagamento em 34 anos e com juro baixos”, explicou, acrescentando que também dará andamento ao VLT (veículo leve sobre trilhos), o popular “bondinho”, no centro histórico e ao transporte fluvial fazendo ligação entre os bairros de orlas, também por meio de parcerias com a iniciativa privada.
Na segurança pública, o candidato falou sobre o programa Respeito Por Elas, que terá como objetivo aumentar a rede de proteção a mulheres vítimas de violência doméstica, com pagamento de salário por quatro meses, auxílio com aluguel social e cursos profissionalizantes para ingresso no mercado de trabalho. Citando sua experiência como policial militar, Alberto Neto também prometeu ampliar, treinar e equipar a Guarda Civil Metropolitana. “Temos apenas 38 guardas armados em uma cidade com dois milhões de habitantes. Vamos fazer concurso para contratar 1.000 GCMs, além de fazer batalhões em lugares que precisam de intervenção”, disse.
A questão ambiental também foi objeto das propostas apresentadas para a maior cidade da Amazônia. Alberto Neto mencionou o período de estiagem, defendeu a arborização da cidade — que, ironicamente, tem uma das zonas urbanas menos arborizadas do país –, e a transformação do lixo em energia. “Manaus tem lixão a céu aberto, lixão contaminando o lençol freático que está desembocando nos igarapés e poluindo os rios. Quem mais polui é a prefeitura. Precisamos transformar o lixo em energia termoelétrica ou gás e, assim, vamos ter crédito que pode virar redução do custo da prefeitura ou programas sociais”, declarou.
Caixa dois
Alberto Neto ainda comentou as denúncias de uso de caixa dois feitas por seu ex-coordenador de campanha e afirmou estar “tranquilo” em relação a isso. Ronaldo Fernandes (Novo), que também foi candidato a vereador, disse que foi contratado pela vice do deputado, a professora Maria do Carmo (Novo), com a promessa de receber 1,4 milhão de reais não declarados à Justiça Eleitoral. Ao não receber o pagamento combinado, decidiu denunciar o caso ao Ministério Público e à Polícia Federal. “Vai ter a prestação de contas na Justiça Eleitoral. Toda a campanha tem essa questão de cabos eleitorais, que o vereador promete tantos valores, os cabos pressionam (….). Toda campanha tem esses problemas. Não tem dinheiro público envolvido e, no momento certo, vamos prestar conta no TRE e tenho certeza que isso será muito bem esclarecido”, afirmou.
Prefeito recusa convite
O prefeito David Almeida (Avante) também foi convidado para participar de sabatina VEJA, mas declinou do convite, mesmo após a oferta de diferentes possibilidades de data e horário.
VEJA E VOTE
Assista também a outras sabatinas realizadas por VEJA com os candidatos que estão no segundo turno:
- São Paulo: Ricardo Nunes (MDB)
- Santos: Rosana Valle (PL)
- São Bernardo do Campo: Marcelo Lima (Podemos) e Alex Manente (Cidadania)
- Guarulhos: Elói Pietá (Solidariedade) e Lucas Sanches (PL)
- Goiânia: Sandro Mabel (União Brasil)
- Belo Horizonte: Bruno Engler (PL)
- Curitiba: Eduardo Pimentel (PSD).