O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, durante encontro com empresários na Fiesp, em São Paulo, encaminhar as reformas administrativa e tributária, coisa que, segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez.
“Vamos fazer reforma administrativa, sim. Tem gente ganhando muito e gente ganhando muito pouco. Tem muita gente preparada (em sua equipe) nessa coisa administrativa, para a gente sentar e dar uma repensada no Brasil”, afirmou.
O petista disse ainda que a reforma administrativa faria “justiça”. “Fazer justiça a partir da reforma administrativa, amoldar a burocracia a uma nova cultura. Você tem que compreender que um engenheiro que trabalhava no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes) ganhava 5 mil reais por mês e um menino fiscal no tribunal de contas ganhava 25 mil reais. A execução ganhava pouco e a fiscalização ganhava uma fortuna. É preciso ter equilíbrio nisso”, disse.
Reforma tributária
Sobre a reforma tributária, Lula sinalizou com um aumento de impostos para os mais ricos. “Quem é mais rico vai ter que pagar a conta. Acho que vamos fazer reforma tributária, administrativa e consertar esse país”, afirmou.
O petista também disse ser necessário definir uma política tributária “boa” para o Brasil e lembrou o diálogo com o empresariado durante seus governos. Dirigindo-se a seu candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB-SP), Lula ressaltou a aliança entre ambos e declarou que não voltaria à Presidência para “fracassar”.
Lula disse ter um “sonho de fazer reforma tributária” e estar “convencido” de que esse assunto deve ser tratado logo após a posse, em um projeto debatido com transparência. “Vamos sentar o rico e os outros que ganham menos para saber como vamos fazer essa reforma tributária no Brasil.” “O futuro do Brasil depende do que fizermos nos primeiros seis meses”, completou.
Ele também salientou a necessidade de “melhorar o Congresso” para que os projetos andem. “Não é possível que a gente tenha o Congresso que a gente tem hoje. Ulysses Guimarães dizia que, toda vez que a imprensa bate para mudar, muda para pior”, lembrou.
Prioridades
Entre as primeiras medidas que Lula prometeu para um eventual governo, “imediatamente”, estão “restabelecer o pacto federativo”, avaliar “três ou quatro” obras de infraestrutura prioritárias em cada estado e reativar um papel de “financiador” do BNDES.