Justiça militar torna réus oito suspeitos de furtar metralhadoras em SP
Com a decisão da 2ª Circunscrição da Justiça Militar de São Paulo, militares e civis vão responder pelo furto de 21 armas do Arsenal de Barueri
O braço paulista da Justiça Militar decidiu colocar no banco dos réus quatro militares e quatro civis suspeitos de terem participação no desvio de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), em Barueri (região metropolitana) em outubro de 2023. A decisão é de segunda-feira, 26.
O processo contempla tanto crimes comuns (receptação) quanto militares (peculato, furto, peculato culposo e inobservância de lei). As penas máximas, somadas, chegam a 29 anos. O delito mais grave é o peculato, que, na legislação militar, pode chegar a quinze anos de prisão. O caso está em segredo de Justiça.
Além disso, na última sexta-feira, 23, dois réus militares do inquérito foram presos preventivamente, por ordem da 2ª Circunscrição de São Paulo, que é a primeira instância da Justiça Militar. A Procuradoria de Justiça Militar é quem ofertou a denúncia.
De acordo com o Superior Tribunal Militar, os militares réus são um tenente-coronel, o oficial responsável pelo setor de informações do Arsenal de Barueri e dois praças não estabilizados.
O sumiço das armas foi descoberto no dia 10 de outubro de 2023. Ao todo, foram subtraídas treze metralhadoras calibre 50 e oito calibre 7,62. O Comando Militar do Sudeste, que gerencia os membros do Exército da circunscrição, deixou 480 militares aquartelados e incomunicáveis por mais de uma semana para apurar o caso. Parte ficou impedida de sair até o final de outubro.
Além da investigação conduzida sob a guarda da Justiça Militar — que deu origem ao processo penal que tem os oito denunciados –, em janeiro deste ano 38 militares sofreram punições administrativas por causa do episódio. Como mostrou VEJA, em janeiro, o Exército os condenou à prisão disciplinar, com duração de um até 21 dias, dependendo da patente. Esses 38 militares não seriam os responsáveis pelo furto das armas, mas teriam, de acordo com o Exército, cometido falhas que possibilitaram o crime.
Nove metralhadoras foram recuperadas em São Paulo e dez foram encontradas no Rio de Janeiro, em áreas controladas pela milícia. Duas ainda são procuradas.