Justiça arquiva denúncia contra Bolsonaro por fake news sobre vacina
Ex-presidente ligou imunizante contra Covid a acúmulo de grafeno em testículos e ovários
A Justiça Federal em Jundiaí (SP) arquivou na última segunda, 31, uma denúncia feita ao Ministério Público Federal (MPF), por integrantes do Partido dos Trabalhadores, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, devido à divulgação de fake news.
Em 17 de junho passado, o ex-mandatário disse na cidade paulista que vacinas contra a Covid-19 que possuem a tecnologia de RNA mensageiro acumulam grafeno nos pacientes. “Agora vocês vão cair para trás. A vacina de RNA tem dióxido de grafeno. Onde ele se acumula, segundo a Pfizer, no testículo e no ovário. Eu li a bula”, afirmou.
No dia seguinte, Bolsonaro voltou atrás e disse ter se equivocado. “Como é de conhecimento público, sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por isso inadvertidamente relacionei a substância com a vacina, fato desmentido em agosto de 2021”.
Diante da correção feita pelo próprio autor da notícia falsa, o MPF requereu à Justiça o arquivamento do caso, o que foi aceito. “Em que pese ser (novamente) lastimável a conduta do ex-mandatário, a disseminação de mentiras sobre saúde pública não se encaixa em tipos penais, em casos como o elencado, onde não há atingimento de honra de pessoa. A mentira se deu, igualmente, fora do contexto de campanha eleitoral”, escreveu o procurador da República Leandro Zedes Lares Fernandes.