Ex-diretor-geral da PRF acusado de favorecer Bolsonaro se aposenta
Silvinei Vasques, 47, que deixou o comando da corporação na quarta-feira, 21, teve a aposentadoria publicada nesta sexta no Diário Oficial da União
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que deixou a função na quarta-feira, 21, em meio a suspeitas de ter usado o cargo para beneficiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, teve sua aposentadoria publicada no Diário Oficial da União desta sexta, 23.
Vasques, que tem 47 anos de idade, comandava a PRF desde abril de 2021. No fim do mês passado, ele virou réu por improbidade administrativa após a Justiça Federal aceitar uma denúncia do Ministério Público Federal. Às vésperas da eleição, o policial rodoviário federal fez manifestação de apoio à reeleição do presidente nas redes sociais. O MPF considerou que Vasques cometeu ato de improbidade ao usar o cargo e recursos do erário para interesses pessoais.
Já no dia do segundo turno da eleição, Vasques foi o responsável por ordenar várias blitze pelo país para fiscalizar veículos que estavam sendo usados no transporte de eleitores. Ele chegou a ter que se explicar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) porque a ação foi apontada como uma tentativa de evitar que eleitores, especialmente do Nordeste, conseguissem chegar às urnas.
A portaria com a aposentadoria voluntária de Vasques, publicada agora no DOU, é datada da própria quarta-feira e garante “proventos integrais e paridade correspondentes ao subsídio do cargo efetivo”, conforme a legislação. Ele se beneficiou das regras antigas para a aposentadoria, que permitiam terminar a carreira com 20 anos de atividade policial.