Durante seu depoimento à CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira, 12,, o ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse ter ficado afastado a da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) durante um período do mês de março de 2020 porque havia contraído o novo coronavírus e, por isso, não sabia responder a algumas das perguntas feitas pelos parlamentares. No entanto, Wajngarten disse à época, em uma live com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que estava trabalhando normalmente. O vídeo continua disponível nas redes sociais do filho Zero Três do presidente (veja abaixo o vídeo).
“A gente, tomando as precauções, não será essa agonia que parte da imprensa vem veiculando. Eu sou a prova viva que, mesmo testado positivo, a vida segue. Estou trabalhando normal, tenho feito calls com os ministros, com a Secom, tenho aprovado campanhas, tenho conversado com os criativos das agências de publicidade. Então a vida segue, estou disposto e estou em isolamento”, disse.
Em seu depoimento à CPI, o ex-secretário disse algumas vezes que não estava no ministério em março e se esquivou dos questionamentos. Uma dessas situações ocorreu quando foi interpelado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). A parlamentar quis saber se a campanha “Brasil Não Pode Parar”, contra as medidas de isolamento, foi uma concepção da Secom e se ele não lembrava da propaganda. O material da campanha chegou a ser postado no site e em redes sociais do governo, mas o conteúdo foi apagado logo depois.
“Em que mês foi isso?”, perguntou Wajngarten à senadora, ao que ela respondeu que foi em março de 2020.
“A primeira semana de março, fui para os Estados Unidos com o presidente e fiquei internado em casa pela Covid. Por isso, lamento não poder responder para a senhora”, afirmou o ex-secretário.
Em outro momento, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) voltou a questionado o ex-secretário sobre a campanha. Wajngarten disse que se lembrou dela no intervalo feito na comissão. “Em nenhum momento, foi autorizada”, disse. Ele disse que o material estava em fase de testes e que foi divulgado sem estar pronto no grupo de WhatsApp dos ministros.
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), se revoltou com o ex-secretário, mostrando imagens da publicação da campanha em rede social da Secom e no site do governo. “Vossa senhoria, mais uma vez, mente. É o primeiro caso de alguém que vem à CPI e, em desprestígio à representação política, mente”, afirmou Renan, que apresentou pedido para que Wajngarten seja preso.