Com a candidatura à Presidência confirmada pelo PDT, mas ainda enfrentando sérias dificuldades para sair da estagnação, o ex-ministro Ciro Gomes pode ver em breve mais um aliado seu integrando uma chapa estadual que apoiará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto. Em Alagoas, o vice-prefeito de Maceió e presidente do PDT local, Ronaldo Lessa, diz haver uma “tendência forte” de ser indicado como candidato a vice do atual governador, Paulo Dantas (MDB), nome do senador licenciado Renan Calheiros e do ex-governador Renan Filho ao Executivo estadual.
Os Calheiros são aliados de primeira hora de Lula e trabalham para levar o MDB para a canoa do ex-presidente já no primeiro turno, em articulação contrária à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Lessa inicialmente estava cotado para ser candidato ao Senado na chapa do senador licenciado Rodrigo Cunha (União Brasil), nome apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao governo alagoano. A vaga, contudo, foi destinada a Davi Davino Filho (PP). O vice-prefeito também foi convidado para integrar a chapa encabeçada por Rui Palmeira, do PSD.
“Estamos discutindo com o partido. Hoje há uma tendência muito grande para realmente se aceitar ser o vice do governador Paulo Dantas. Ainda não foi decidido, tenho aval da nacional para escolher um dos três candidatos”, disse a VEJA Ronaldo Lessa, que garante ter liberdade para fazer campanha para Ciro Gomes no estado. O vice-prefeito esteve em Brasília nesta semana, onde o ex-ministro foi confirmado candidato ao Planalto na convenção do PDT.
Além do provável encaminhamento em Alagoas, o PDT tem alianças com candidatos petistas ou integra coligações que abertamente apoiarão Lula em estados como Rio Grande do Norte, Pernambuco, Santa Catarina e Paraná. No Maranhão, o nome do partido ao governo, senador Weverton Rocha, não esconde ser lulista. Presidente do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi tem afirmado que Ciro será candidato, mas considera “legítimas” as negociações com petistas diante de circunstâncias locais de cada estado.
No Ceará, onde PDT e PT mantinham uma bem-sucedida aliança que governa o estado desde 2006, o acordo foi desfeito depois que os pedetistas confirmaram a escolha do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio para concorrer ao governo. Os petistas têm resistência a Cláudio, nome muito ligado aos irmãos Ferreira Gomes, e preferiam que a atual governadora, Izolda Cela, fosse a candidata. Agora, o partido avalia candidatura própria ou apoio a outro nome.