O presidente Jair Bolsonaro chamou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, de “vagabundo” e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “ladrão de nove dedos” durante um discurso na inauguração de conjunto habitacional em Maceió (AL) nesta quinta-feira, 13
O ataque a Renan repetiu o que havia sido feito pelo filho Zero Um do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na quarta-feira, 12, que, na sessão da CPI, disse que o relator era um “vagabundo” que estava ameaçando prender um “homem honesto”, no caso o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten, que estava prestando depoimento.
Já o ataque a Lula vem um dia após uma pesquisa do Datafolha mostrar que o petista lidera as eleições presidenciais de 2022 com 41% das intenções de voto contra 23% de Bolsonaro no primeiro turno e por 55% a 32% no segundo. Bolsonaro disse que a Caixa Econômica Federal era deficitária durante o governo do petista. “A Caixa, lá atrás, com aquele ladrão de nove dedos, dava prejuízo”, disse. Ele citou ainda o Bolsa Família, bandeira eleitoral e programa criado nas gestões petistas. “A inclusão no Bolsa Família não será mais procurando prefeituras, será feita através de um aplicativo. Vamos libertar as pessoas mais humildes do jugo de quem quer que seja”, prometeu.
Em relação a Renan Calheiros, Bolsonaro falou que “sempre tem alguém picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem”. “Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem em nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI”, disse. “Se quer fazer um show tentando me derrubar, não fará. Somente Deus me tirará daquela cadeira”, acrescentou.
Alagoas é reduto eleitoral de Renan Calheiros e é governada pelo seu herdeiro político, Renan Filho (MDB). Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre 22 e 26 de abril mostra que no estado o ex-presidente Lula tem mais de dez pontos à frente de Bolsonaro em cenário de primeiro turno e que a maioria da população (51,9%) desaprova a atual gestão federal. A mesma pesquisa mostrava que Renan Filho tinha 65,7% de aprovação dos alagoanos.
Bolsonaro estava acompanhado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do senador e ex-presidente Fernando Collor (Pros-AL). Antes da chegada de Bolsonaro ao estado, houve protestos de grupos de esquerda.