Ex-aliados tornados desafetos políticos, os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Júnior Bozzella (União Brasil-SP) fumaram o cachimbo da paz na Justiça nesta semana. Em uma audiência de conciliação virtual no Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira 27, o Zero Três e Bozzella combinaram de retirar dos tribunais duas queixas-crime movidas mutuamente, motivadas por um suposto entrevero entre eles no Aeroporto de Congonhas, em abril de 2021.
Bozzella movia uma queixa-crime contra Eduardo na Justiça paulista, em que sustentava ter sido ameaçado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro no saguão do terminal, após desembarcar. Já o Zero Três protocolou uma ação do mesmo tipo no STF, afirmando que o colega o havia caluniado por mentir em uma entrevista em que relatou a suposta ameaça.
Diante do juiz federal Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, que atua no gabinete da ministra Rosa Weber, do STF, os dois deputados e seus defensores chegaram a um acordo para a retirada das duas ações (veja imagem abaixo). Bozzella, inicialmente, resistia à tentativa de conciliação, alegando que ela seria infrutífera, e chegou a pedir que o encontro fosse desmarcado. Na audiência, que foi mantida e durou cerca de quarenta minutos, a defesa de Eduardo Bolsonaro propôs, a princípio, que o deputado do União Brasil se retratasse em suas redes sociais a respeito das declarações. Nada feito.
Até que o advogado de Júnior Bozzella, Roberto Beijato Jr., sugeriu a retirada mútua das ações, proposta aceita pelos advogados de Eduardo Bolsonaro. No final da audiência, os dois parlamentares, que ainda não haviam trocado palavras, selaram a paz. Eduardo mandou um “abraço virtual” a Bozzella, que retribuiu: “Os retrovisores estão quebrados, vamos adiante”.