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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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‘É direito deles’, diz padre Julio Lancellotti sobre CPI na Câmara de SP

Pedido de investigação da 'máfia da miséria' na área da Cracolândia, feito pelo vereador Rubinho Nunes (União), é alvo de críticas de políticos de esquerda

Por Isabella Alonso Panho Atualizado em 3 jan 2024, 15h41 - Publicado em 3 jan 2024, 14h39

O nome do padre Julio Lancellotti foi parar nos assuntos mais comentados das redes sociais desta quarta-feira, 3, por causa de uma ofensiva articulada pelos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo para investigá-lo através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa as organizações não-governamentais que atuam com os dependentes químicos da Cracolândia, no centro da cidade.

O tema é uma das maiores pedras no sapato da gestão de Ricardo Nunes (MDB) e deve ser um dos assuntos da disputa eleitoral deste ano — cujo primeiro lugar o atual prefeito disputa com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

Parlamentares de siglas de esquerda – comoErika Hilton (SP), Pastor Henrique Vieira (RJ), Fernanda Melchinonna (RS) e Sâmia Bonfim (SP), todos do PSOL – e lideranças do MST, como João Pedro Stedile, criticaram a Câmara paulistana e convocaram seus correligionários a defender as ações do religioso. Circula nas redes uma arte com um desenho da figura do padre e os dizeres “protejam o padre Julio Lancellotti”.

A ofensiva, contudo, não é de hoje. O pedido de abertura da CPI foi protocolado no começo de dezembro e ainda não recebeu nenhum encaminhamento formal. A Câmara está em recesso e só retomará suas atividades no começo de fevereiro. Apenas o plenário da Casa é que pode instalar ou arquivar o pedido de abertura da CPI.

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O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que encabeça o pedido, disse a VEJA que já tem o número de apoios necessários para que o colegiado seja instalado na Câmara. De acordo com ele, a CPI deverá investigar o que ele chama de “máfia da miséria”: uma rede de organizações que receberiam recursos públicos e privados para ajudar dependentes químicos mas que, na prática, estariam “piorando” a situação.

O texto do pedido não menciona Lancellotti e nenhuma organização específica. Contudo, à reportagem, Nunes mencionou o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, a Bompar, e a Craco Resiste. A primeira é um braço da Igreja Católica e a segunda divulgou uma nota nesta quarta afirmando que não é uma ONG.

“A CPI é um instrumento legítimo, institucional, para investigar, principalmente políticas públicas. É um direito que eles (vereadores de São Paulo) têm”, disse Lancellotti a VEJA. Ele afirma que nunca fez parte do quadro societário de nenhuma das ONGs mencionadas e que nunca esteve envolvido na direção de entidades que recebem dinheiro público para trabalhar com os dependentes da Cracolândia.

Condecoração e ameaça

O religioso é alvo frequente de políticos de direita por causa da sua proximidade com lideranças de esquerda e pelo trabalho que faz com a população de rua na capital paulista há cerca de quarenta anos. Em agosto, ele foi condecorado com a medalha da Ordem do Mérito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. A honraria foi dada depois do padre ser ameaçado através de um bilhete deixado na Paróquia São Miguel Arcanjo, onde atua.

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