Padre Júlio Lancellotti é ameaçado com bilhete deixado em igreja
Coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo também foi xingado e presta queixa em delegacia da capital
O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, divulgou neste domingo, 27, que um bilhete com ameaças e xingamentos direcionados a ele que foi deixado na porta da Paróquia São Miguel Arcanjo, na zona leste da capital, onde ele atua como pároco.
Além de acusar o vigário de agir por motivações políticas e de “usar o povo para se favorecer”, o bilhete contém uma clara ameaça: “Seu dia de reinado aqui vai acabar. Pode esperar”. Sua atuação como defensor dos direitos humanos, amplamente divulgada ao longo de mais 40 anos de trabalho junto à população de rua, também foi atacada: “Defensor dos direitos dos bandidos”. Foram usados ainda palavrões para intimidá-lo.
VEJA entrou em contato com o padre e ele informou que estava em uma delegacia prestando queixa.
Bilhete que encontrei hoje cedo na porta da igreja . pic.twitter.com/YcypVMga2O
— JULIO LANCELLOTTI (@pejulio) August 27, 2023
Este não é o primeiro ataque que o padre sofre ao longo de sua trajetória. Alvo frequente de grupos conservadores e de extrema direita, ele teve a missa interrompida em março deste ano por um homem que gritava: “Vai sustentar vagabundo”. A invasão aconteceu pouco antes da distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Em 2018, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE/SP) abriu uma investigação para apurar ameaças de morte contra Lancellotti após receber representação assinada por mais de 250 entidades, advogados, professores e defensores dos direitos humanos.