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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Drogas, corrupção, violência e machismo: o tiroteio no último debate em SP

Propostas ficaram em segundo plano durante o evento promovido pelo 'UOL' e 'Folha de S.Paulo' nesta segunda-feira

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 set 2024, 16h14 - Publicado em 30 set 2024, 14h34

O debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL com os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado nesta segunda-feira, 30, teve poucos momentos propositivos. Os participantes usaram a maior parte do tempo para fazer ataques e acusações contra os adversários.

Foram convidados os quatro mais bem posicionados na última pesquisa Datafolha: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB). O formato do debate foi diferente dos anteriores, com banco de tempo, em que o próprio candidato administra a duração das falas e pode se pronunciar a qualquer momento dentro do limite estabelecido. 

Em um dos momentos mais tensos, Marçal mencionou uma passagem de Boulos pelo Hospital do Servidor Público e voltou a insinuar que o adversário seria usuário de drogas, sem provas. O candidato do PSOL, por sua vez, revelou que foi internado por depressão crônica. “Quando ele cita ao Hospital do Servidor, ele está se referindo a um período, quando, com 19 anos, eu enfrentei uma depressão crônica. Nunca disse isso publicamente, porque não cabe”, disse. O coach ainda questionou Boulos diretamente sobre o uso de cocaína e maconha. “Nunca usei cocaína, não uso drogas. Maconha eu provei uma vez na adolescência, e nunca mais”, respondeu o psolista. 

Marçal também partiu para o ataque contra Tabata e disse que convidaria a adversária para integrar seu governo se ela abandonasse a postura “esquerdista”. “O fato de ela estar esbravejando aqui como se ela fosse a tia do colégio, ela quer provar que é mulher. Tabata, se mulher votasse em mulher, você ia ganhar no primeiro turno. Mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”, declarou.

Questionado sobre a fala, após o debate, Marçal negou ter sido machista, disse que a declaração foi tirada de contexto e voltou a atacar Tabata. “Mulher inteligente não vota na Tabata. Foi isso que eu falei. Não vota mesmo. A Tabata tem que comer muito arroz com feijão. Como diz o meu pai, ela tem que comer uns dois quilos de sal ainda para ser prefeita de São Paulo”, afirmou. 

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Nunes e Boulos também trocaram acusações. O candidato do PSOL questionou o prefeito sobre investigações de um suposto esquema de desvio de verbas em creches e a apuração do Ministério Público sobre obras emergenciais. Também criticou o adversário por declarações contra o passaporte vacinal e citou o apoio do ex-presidente a Nunes. “Dois laranjas do Bolsonaro: Nunes e Pablo Marçal”, disse.

A denúncia de violência doméstica contra Nunes foi tema do debate mais uma vez, citada por Boulos e Marçal. “Pablo Henrique, eu sou casado há 27 anos. Nunca levantei um dedo para minha esposa”, rebateu o prefeito. Nunes chamou o coach de “condenado”, ressaltando que ele já foi preso no passado. Também classificou Boulos como mentiroso e o acusou de ter “normalizado” a prática de rachadinha, citando o caso do deputado André Janones, que o psolista absolveu em relatório apresentado na Câmara. 

O debate de hoje foi o décimo realizado durante esta campanha. Na quinta-feira, 3, os candidatos à Prefeitura de São Paulo se enfrentam pela última vez antes do primeiro turno, na TV Globo.

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