O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), realizou nesta terça-feira, 31, uma videoconferência com os representantes dos principais serviços de streaming disponíveis no Brasil e pediu que as companhias veiculem nas plataformas a propaganda que a administração paulista produziu para contrapor as medidas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus, como a implantação do isolamento só para grupos de risco.
O Grupo Globo, responsável pelo serviço Globoplay, e a plataforma Looke já requisitaram ao governo de São Paulo o envio do vídeo. Os executivos se comprometeram a estudar maneiras de veicular a peça, já que muitos não liberam espaço para propagandas nas plataformas. O governador afirmou na reunião que a assinatura de sua administração pode ser eliminada do final do vídeo para facilitar o compartilhamento. “O importante é transmitir a mensagem”, disse Doria, segundo relatos.
Além do Grupo Globo e da Looke, participaram do encontro os representantes da Warner, Netflix, Disney, Facebook, Apple, Amazon, Encripta, Claro e da Motion Picture Association (MPA), que representa a indústria do cinema e da televisão. Junto ao governador estavam presentes o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sergio Sá Leitão, e a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
Na propaganda produzida pelo governo de São Paulo, um narrador pede que as pessoas fiquem em casa, conforme recomendações feitas por governantes europeus e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Há uma menção no vídeo à mudança de posicionamento do presidente Donald Trump, que passou a apoiar o isolamento social da população após a explosão no número de casos nos Estados Unidos. Bolsonaro vinha dizendo que estava alinhado com Trump ao defender a volta das pessoas ao trabalho, mas acabou isolado como único chefe de estado entre os principais países do mundo a menosprezar a efetividade da quarentena.
O vídeo foi divulgado por Doria na segunda, 30, como uma resposta à propaganda que o governo Bolsonaro fez para pedir o fim das medidas protetivas no país. Sob o slogan “O Brasil Não Pode Parar”, a campanha bolsonarista repercutiu negativamente e chegou a ter sua veiculação proibida pela Justiça do Rio de Janeiro. A Secretaria de Comunicação do governo federal recuou em meio às críticas e suspendeu a sua divulgação.