Defesa diz que Bolsonaro não sabia que aproximação de baleias era proibida
Ex-presidente prestou depoimento à Polícia Federal nesta tarde, em São Paulo
A defesa de Jair Bolsonaro disse, na tarde desta terça-feira, 27, que o ex-presidente “não sabia” que existia qualquer proibição no inquérito em que é investigado por importunar uma baleia em São Sebastião, no litoral de São Paulo. Ele prestou depoimento na sede da Polícia Federal durante a tarde e confirmou que é ele quem aparece no vídeo que registrou o episódio.
A lei brasileira prevê pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa, para pesca ou “qualquer forma de molestamento intencional” de cetáceos. Uma portaria do Ibama proíbe a aproximação com o motor engrenado a menos de 100 metros de qualquer baleia.
Na saída da sede da Polícia Federal, o advogado Daniel Tesser disse que o depoimento foi “tranquilo”. “Fomos extremamente bem recebidos pelo delegado. O presidente explicou como foi a situação. Ficou claramente constatado, assim como no primeiro parecer do Ministério Público, que não houve importunação, que nao houve nenhuma das hipóteses do Código Penal em razão do avistamento da baleia”, declarou.
“Você não consegue controlar um animal daquele tamanho que surge, ele emerge da água, certo? De baixo. Então, foi exatamente o que aconteceu. O presidente tomou todas as precauções partir do momento que avistou a baleia, que é o que a lei determina. Ele também nem sabia que tinha essa proibição, mas mesmo assim, tomou todos os cuidados necessários para não criar nenhum tipo de interferência”, acrescentou.
O advogado e assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, também prestou depoimento. À imprensa, ele disse que o ex-presidente se reconheceu no vídeo e que a sua intimação para depor é uma “provocação por estar ao lado do presidente Bolsonaro”. Nesse inquérito, ele é representado pelo advogado Eduardo Kuntz, que defende no Supremo o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara, preso na megaoperação do dia 8 de fevereiro.