Como o MDB pode azedar o sonho presidencial de Eduardo Leite
Governador gaúcho tenta derrubar Doria para ser o candidato tucano, buscando apoio em políticos de outros partidos da terceira via
Em meio a uma forte onda de especulação de que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pretende buscar caciques do MDB para tentar se viabilizar como o candidato tucano à Presidência da República, em detrimento ao governador de São Paulo, João Doria, dirigentes emedebistas já avisaram a interlocutores que não vão entrar nessa briga.
Por ora, membros da atual cúpula do MDB têm dito que as conversas sobre a candidatura única da terceira via (que deve resultar de uma provável aliança entre União Brasil, MDB e PSDB) levam em consideração somente o posicionamento oficial do tucanato de que o nome à disposição é o de Doria. O governador paulista venceu Leite nas tumultuadas prévias do partido no final do ano passado. Agora, o MDB não pretende se imiscuir nas decisões internas do PSDB sob a justificativa de que respeita a autonomia do partido.
A pré-candidata do MDB à Presidência é a senadora Simone Tebet (MS). Pelo União Brasil, o presidente da agremiação, Luciano Bivar (PE), ainda deve apresentar seu nome. A ideia é que, até o meio do ano, as três legendas escolham um único candidato para tentar fazer frente à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Daí as investidas do governador gaúcho junto aos políticos das siglas aliadas para tentar passar a perna em Doria. Tudo indica que, pelo menos na parte que cabe ao MDB, o sonho de Leite vai azedar.