Como Lula vem se colocando como o candidato anti-reforma
Petista não economiza nas críticas às alterações feitas nos governos Temer e Bolsonaro
Líder nas pesquisas para a eleição presidencial, o petista Luiz Inácio Lula da Silva tem deixado claras duas de suas principais intenções em um eventual terceiro mandato: mexer nas reformas trabalhista, aprovada no governo Temer, e da previdência, sancionada no governo Bolsonaro.
Em entrevista à rádio Banda B, de Curitiba, ao ser perguntado porque o governo do PT não fez as reformas que o Brasil precisava, Lula retrucou: “Quem é que disse que o Brasil precisava das reformas? Quem disse isso era o setor empresarial, que queria se desfazer do país inteiro. Isso não é reforma. Em 2014 a Previdência era superavitária. O problema da Previdência é que se você não tiver emprego, não tem contribuinte, e se não tiver contribuinte é deficitária”.
“Não houve reforma trabalhista, o que houve foi uma destruição de tudo aquilo que construímos desde os anos Getúlio Vargas. O que sobrou no lugar? Nada. Criou-se a ideia de que o cidadão ia deixar de ter carteira assinada para ser um microempreendedor, trabalhando como Uber ou entregando comida. Essas pessoas estão descobrindo agora que ficaram escravos porque não tem direito a férias, seguridade social, descanso semanal remunerado.”
Economistas ligados ao PT já estudam algumas alternativas: uma delas é desonerar a cobrança da previdência sobre a folha de pagamento de todos os trabalhadores que recebem até 1 salário mínimo, independente da categoria profissional. A proposta ainda não foi avalizada pelo pré-candidato e faz parte de um capítulo sobre incentivo e formalização do emprego, informa Thomas Traumann.
A reforma tributária é a única que o petista pretende levar adiante, com a proposta de taxar lucros e dividendos. “Não sei se uma reforma tributária completa ou tópicos de uma reforma tributária. Colocar o pobre no orçamento da União, no orçamento do município e do Estado e colocar o rico no imposto de renda, que é o que está faltando, os ricos pagarem sobre lucros e dividendos”.