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Como a terceira via planeja conquistar votos de Lula e Bolsonaro

Discurso voltado à resolução dos problemas econômicos é apontado como saída em busca de eleitores dispostos a mudar a opção pelos dois líderes da corrida

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2022, 10h57 - Publicado em 9 Maio 2022, 10h09

Embora a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dê sinais de que será difícil haver outro desfecho para a eleição presidencial de outubro, cinco meses em política são uma eternidade e há ainda caminhos a percorrer pelas candidaturas alternativas. Como mostra reportagem de VEJA desta semana, além do eleitor “nem Lula, nem Bolsonaro”, a busca por franjas do eleitorado dispostas a mudar o voto no presidente e no ex-presidente – cerca de 20% para cada, segundo o mais recente Datafolha, de março – é outro filão a se recorrer em busca de um crescimento nas pesquisas.

Com nomes como Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil), não faltam candidatos a eleitores desgarrados de Bolsonaro e Lula – falta, até agora, é quem desponte neste campo. Integrantes das campanhas apontam o discurso econômico, voltado a apaziguar a relação da população com os preços em supermercados, açougues e bombas de combustível, como caminho para crescer. A estratégia mira sobretudo os descontentes com o presidente, às voltas com a carestia – afinal “é a economia, estúpido”, a chave de uma eleição presidencial, como bem definiu James Carville, estrategista da vitoriosa campanha de Bill Clinton nos EUA, em 1992.

Protagonista das propagandas do PSDB na televisão, Doria vem martelando números segundo os quais, sob sua gestão, apesar da pandemia, São Paulo cresceu mais que a média do Brasil sob Bolsonaro. “O caminho é apresentar soluções para os problemas das pessoas, os planos para reduzir a inflação, gerar emprego e combater a fome”, diz o coordenador da campanha do tucano, Marco Vinholi. Simone Tebet vê como “verdadeiro problema do país” uma “epidemia social” após o arrefecimento do coronavírus. “Estamos tratando de uma classe média empobrecida que está fazendo dívida no cartão de crédito não para viajar ao Nordeste, mas para comer”, diz a pré-candidata do MDB.

Ainda no campo econômico, há quem direcione a artilharia aos dois polos, a exemplo de Ciro Gomes, cujo marqueteiro é João Santana, o guru de três campanhas presidenciais vitoriosas do PT. “Cada vez mais temos que bater no que mexe na vida das pessoas, o bolso, apontar as incompetências deste governo e dos governos que nos últimos vinte anos geraram a inflação”, diz o presidente do PDT, Carlos Lupi. Pré-candidato do União Brasil, Bivar indica seguir pelo mesmo caminho. “Um é inimigo da liberdade econômica e o outro é inimigo da liberdade política. Usam métodos diferentes, mas se confundem”, afirma.

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Apesar dos esforços e estratégias, sobram problemas à “terceira via”. A começar pela fragmentação, que dificulta a identificação do eleitor disposto a trocar os polos por uma alternativa, e da inflexibilidade dos nomes à mesa de negociações. Isolado no PSDB, Doria não abre mão da cabeça de chapa, assim como Simone e Bivar, cujo partido, União Brasil, desembarcou do “centro democrático”. O tucano ainda é amplamente rejeitado pelo eleitor, a emedebista vê seu partido fracionado entre lulistas e bolsonaristas e o cacique do União têm o cacife eleitoral ironizado por correligionários. Em movimento que mostrou uma possível construção alternativa, Ciro Gomes e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, trocaram piscadelas nesta semana, mas uma aliança é vista como distante, por ora.

Há ainda um dado alarmante à terceira via apontado pelo mais recente Datafolha. Enquanto cerca de 20% dos eleitores de Bolsonaro e Lula admitem migrar a outra opção, os números de 72% a Ciro e 76% a Doria indicam que, antes de pensar em expansão, é necessário reter votos para evitar o esvaziamento das candidaturas em favor da polarização.

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