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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Com Michelle no palco, bolsonarismo terá outro polêmico ato político em SP

Ex-primeira-dama será homenageada em evento que deve reunir mais de 1.200 pessoas na sala de espetáculos do Theatro Municipal

Por Adriana Ferraz Atualizado em 9 Maio 2024, 11h21 - Publicado em 14 mar 2024, 13h06

A cidade de São Paulo vai sediar, no próximo dia 25, mais um ato político polêmico do bolsonarismo. Um mês após a manifestação em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, a classe política se movimenta agora em torno da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que receberá o título de cidadã paulistana em evento com pompa no principal palco artístico da capital, o Theatro Municipal.

Geralmente alugada pelo valor tabelado de 100.000 reais, a sala de espetáculos projetada por Ramos de Azevedo e inaugurada em 1911 foi cedida pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) sem custos, às vésperas do início da campanha eleitoral e sob protesto da oposição. Parlamentares do PSOL prometem acionar a Justiça contra o uso gratuito do espaço. 

O projeto que autorizou a entrega do título de cidadã paulistana a Michelle Bolsonaro, uma das grandes apostas eleitorais do bolsonarismo, foi aprovado em novembro do ano passado, após três anos parado na pauta da Câmara Municipal. Proposta pelos vereadores Rinaldi Digilio (União), Rubinho Nunes (União) e Fernando Holiday (PL), a iniciativa cita que Michelle nasceu em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, que trabalhou como modelo na juventude para ajudar nas despesas da família, que é evangélica e defensora das pessoas com deficiência e que compareceu na abertura da quinta edição de “O Cenário das Doenças Raras no Brasil”, realizado em São Paulo. É só essa a menção que consta na proposta sobre a atuação de Michelle na capital paulista. 

Mais do que um reconhecimento pelo trabalho feito em prol da cidade, a concessão da honraria pela Câmara é um ato político. Cada um dos 55 vereadores tem direito, em média, a aprovar duas propostas do tipo por ano ou oito ao longo do mandato. Dentro desse acordo, os nomes sugeridos são mera formalidade, ficando a cargo de cada parlamentar a escolha de quem merece ou não receber o prêmio. A novidade, no caso de Michelle, é que a entrega do título se dará fora do Palácio Anchieta, sede do Legislativo municipal.

Segundo justificam os autores do projeto, a mudança de endereço é necessária em função da estimativa de público: cerca de 1.200 pessoas. A organização do evento está a cargo de Digilio, pastor evangélico e vereador em segundo mandato que aposta na base bolsonarista e em projetos de cunho conservador. Entre suas propostas está a que impede a chamada linguagem neutra nas escolas municipais. Foi o parlamentar que pediu a cessão do espaço a Nunes.

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Oposição vai à Justiça

A resposta positiva ao pedido pode configurar, segundo políticos da oposição, abuso de poder econômico e improbidade administrativa. Ex-vereadora na capital, a deputada federal Erika Hilton (PSOL) afirmou em suas redes sociais já ter ingressado com uma ação contra o prefeito por, segundo ela, gastar dinheiro público com finalidade de homenagear uma aliada política. O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou apoio à tentativa de reeleição de Nunes, assim como o seu partido, o PL.

Procurada, a Câmara Municipal ficou de informar se terá custo extra para realizar o evento no teatro. De acordo com o site oficial, mesmo quando o aluguel não é cobrado, o uso da sala de espetáculos exige o pagamento de ao menos 29.000 reais.

Outro lado

Em nota, a Prefeitura de São Paulo confirmou a cessão do espaço a pedido do vereador Rinaldi Digilio e informou que “não há excepcionalidade nesse caso, uma vez que é normal a cessão de espaço para eventos de órgãos públicos”. No caso, a Câmara Municipal. “O ofício para realização de concessão de título à ex-primeira-dama Michele Bolsonaro foi tratado como cessão não onerosa, em face do requisitante ser um ente público, além do que a concessão do título de cidadão paulistano notadamente é matéria de interesse público e de competência privativa da própria Câmara Municipal”, declarou a gestão Nunes.

 

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