O senador Carlos Portinho (PL-RJ) confirmou nesta quinta-feira, 30, que aceitou o convite do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL-RJ) para coordenar a sua campanha à prefeitura do Rio de Janeiro.
O anúncio foi feito nas redes sociais, acompanhado do compartilhamento de uma notícia que falava sobre o convite. “Vamos, cariocas, caminhar ao lado do Delegado Ramagem em direção à vitória e uma cidade mais segura e com muito mais oportunidades para empreender e trabalhar”, escreveu o senador.
Próximo do núcleo bolsonarista, Portinho é advogado e tem um longo histórico de trabalho nos bastidores de campanhas. Ele foi eleito como suplente de Arolde de Oliveira, falecido em outubro de 2020, e por isso assumiu a titularidade da chapa. Inicialmente, ele era filiado ao PSD e trocou de partido para aderir à legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No Senado, o parlamentar ganhou protagonismo entre os pares e hoje é líder do PL na Casa. Depois de ter sido bem posicionado em algumas pesquisas, ele chegou a costurar apoios para conseguir emplacar sua própria candidatura à prefeitura do Rio.
Na publicação feita nesta quinta, ele criticou o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), que já foi seu correligionário e é pré-candidato à reeleição, com o apoio do PT, que não se planeja para ter candidato próprio na capital fluminense. “Porque as mesmas pessoas, como Lula e Paes, com as mesmas ideias, somente poderá nos levar aos mesmos erros! Mais do mesmo não dá mais!”, escreveu o senador no X (antigo Twiter).
A escolha do nome de Alexandre Ramagem tem as impressões digitais de Bolsonaro, que tem o delegado da Polícia Federal como se homem de confiança. Os dois se aproximaram depois do atentado à facada em 2018, que quase matou o ex-presidente.
Em 2020, o hoje deputado foi indicado para assumir a direção da Abin, passagem que lhe rendeu um inquérito na Polícia Federal. Quando estava sob seu comando, a agência fez monitoramentos irregulares de magistrados, ministros do Supremo, advogados e jornalistas através de um software estrangeiro. A suspeita dos agentes é que esses monitoramentos tenham sido feitos para abastecer Bolsonaro com informações sobre adversários políticos.