PT prevê novo encolhimento nas eleições de 2024
Número de prefeituras comandadas pelo partido caiu de 630 para 179 em 8 anos -- número que pode diminuir ainda mais em 2025

A cinco meses das eleições municipais, o PT se prepara para entrar na disputa com a difícil missão de contornar a rejeição ao partido desde os casos de corrupção desvendados pela Operação Lava-Jato. De lá para cá, a legenda encolheu. Em 2012, ainda durante o governo da presidente Dilma Rousseff, o partido comandava 630 prefeituras. Em 2016, quando os escândalos em série na Petrobras começaram a eclodir, o número caiu para 254. Hoje, o partido controla apenas 179 – e a lista pode diminuir ainda mais a partir do ano que vem.
O PT não terá candidato próprio nas principais capitais do país — uma estratégia contestada até mesmo pelos próprios petistas, cujo objetivo é garantir apoio amplo à reeleição de Lula em 2026. Em São Paulo, por exemplo, o maior colégio eleitoral do País, o partido decidiu apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). O mesmo deve acontecer em outras capitais, como Rio de Janeiro e Salvador. A aposta mais ambiciosa do partido deve se dar em Belo Horizonte, mas nem isso ainda é uma certeza.
No estado de São Paulo, onde Lula venceu seus oponentes em todas as eleições, o PT comanda apenas 4 das 645 prefeituras. A meta neste ano é conquistar entre 15 a 20. Mesmo que esse objetivo modesto seja alcançado, o resultado ainda ficaria bem abaixo do que o partido obteve em 2012, quando controlava 73 – uma delas a própria capital, com Fernando Haddad, hoje ministro do governo Lula.
Coadjuvante nos grandes centros, o PT vai se dedicar a batalhas menores. Uma delas, por exemplo, será em São Bernardo do Campo, onde o sindicalismo se encontrou com a política no início dos anos 80, deu origem ao PT e projetou seu principal líder. A cidade é uma espécie de meca para a sigla. Foi lá que Lula viveu por 40 anos e onde o petista enfrentou um dos momentos mais marcantes de sua biografia recente: a prisão durante as investigações da Lava Jato.