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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Boom evangélico: os estados que ganharam mais templos nos últimos anos

Regiões mais urbanizadas são propícias à expansão dessa vertente religiosa, enquanto as zonas rurais ainda demonstram resistência

Por Bruno Caniato Atualizado em 26 jul 2023, 15h04 - Publicado em 26 jul 2023, 14h50

Nos últimos 60 anos, o número de igrejas evangélicas no Brasil deu um salto extraordinário — somente na última década, a quantidade de templos dobrou de cerca de 54 mil para 104 mil, como mostra reportagem de VEJA desta semana. Os dados indicam que a transição religiosa do catolicismo para o evangelicalismo está a todo vapor e que, cada vez mais, o país avança rumo a uma população de maioria protestante.

Embora o fenômeno de expansão evangélica seja observado em todo o território nacional, alguns estados chamam a atenção pelo crescimento meteórico das igrejas. De acordo com a pesquisa “Surgimento, trajetória e expansão das igrejas evangélicas no território brasileiro ao longo do último século”, do cientista político Victor Araújo, da Universidade de Zurique, o Espírito Santo registrou a expansão mais impressionante país:  entre 1970 e 2019, o estado passou de 0,25 para 93 igrejas por 100 mil habitantes, a maior proporção entre todas as unidades federais.

No mesmo período, o Tocantins — que até 1988 ainda era parte de Goiás — decolou da última posição na lista para a sexta colocação, com 57 templos por 100 mil habitantes. Outro caso emblemático foi observado em Rondônia, que ocupava o 26º lugar em 1970 e, em 2000, já era o 4º estado no ranking de concentração de igrejas — posição que ainda ocupava em 2019, com 60 templos por 100 mil habitantes.

Maiores concentrações

Em 2019, os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro contabilizavam mais de 80 igrejas por 100 mil habitantes, seguidos por Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo, todos com mais de 60 templos por 100 mil brasileiros. Em contrapartida, o Nordeste é a região que mais oferece resistência à expansão, destacando-se os estados do Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte, que somam menos de 20 igrejas evangélicas por 100 mil habitantes.

A discrepância não é mera coincidência. Segundo o pesquisador, o crescimento protestante está intrinsecamente ligado à migração em massa da população rural para os centros urbanos nas últimas décadas. “Muitos católicos que se mudaram do campo para as cidades, particularmente nas periferias, encontraram uma escassez de igrejas em suas regiões e acabaram buscando outros espaços de oração cristã”, explica Araújo.

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A tese ajuda a entender por que as áreas menos urbanizadas do país, como o Sertão e o Agreste nordestino, são menos propícias à proliferação das igrejas evangélicas, enquanto as zonas metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza, por exemplo, já demonstram sinais de enfraquecimento do catolicismo e avanço do evangelicalismo — processo que converte cerca de 1% de fiéis por ano desde 2000, conforme dados do IBGE.

arte evangélicos
(./.)

Com base nos dados mais recentes sobre religião no Brasil, o consenso entre pesquisadores é de que os protestantes se tornem maioria no Brasil em meados da próxima década. Caso este cenário se concretize, os evangélicos poderão ostentar a proeza de, em cerca de 70 anos, superar a identidade católica construída ao longo de séculos e que remete à própria formação do país.

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