Com base em informações falsas e sem apresentar nenhuma prova consistente, parlamentares e blogueiros bolsonaristas passaram a tarde deste domingo, 15, tentando levantar suspeitas de fraude nas eleições municipais deste ano.
O movimento se intensificou após pesquisa de boca de urna do Ibope apontar para a derrota de candidatos apoiados por bolsonaristas, como Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo.
No começo, as teses furadas começaram a ser difundidas pela turma do terraplanismo digital, mas depois começaram a ser endossadas por deputados influentes no governo Bolsonaro, como o filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL), Bia Kicis (PSL), Carla Zambelli (PSL), entre outros.
https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1328106029595451392
A onda de fake news, que busca repetir o que vem acontecendo nos Estados Unidos e levantar a bandeira do voto impresso, ganhou força com o atraso na apuração pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a tentativa de invasão hacker ocorrida na manhã deste domingo. O presidente do TSE, Luis Barroso, afirmou que a iniciativa criminosa foi “neutralizada” e que veio de Portugal.
A cada eleição surgem teorias da conspiração de que as urnas eletrônicas podem ser fraudadas. O TSE, por sua vez, garante que nunca houve uma fraude sequer comprovada em 24 anos de uso do aparelho, que é protegido por 30 camadas de segurança e fica sem conexão com a internet, bluetooth ou qualquer tipo de rede para impedir ataques externos. Conforme o tribunal, mais de 50 planos de ataques já foram detectados, mas nenhum concretizado.
Enquanto seu irmão levanta dúvidas sobre o processo eleitoral, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), que tenta a reeleição, permanece quieto nas redes. Ele aparece em segundo lugar na disputa à Câmara Municipal do Rio, com mais de 27.000 votos contabilizados até às 20h45 de hoje.