Bahia: três são presos por envolvimento no assassinato de Mãe Bernadete
A informação foi revelada pelo secretário estadual da Segurança Pública, Marcelo Werner; crime provocou repercussão nacional e internacional
A polícia da Bahia prendeu três pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete. Ela foi morta a tiros por dois homens no último dia 17 de agosto, em sua casa, no quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. O assassinato foi praticado na frente de três netos da vítima.
A informação das prisões foi dada na manhã desta segunda-feira, 4, pelo secretário estadual da Segurança Pública, Marcelo Werner. Ele não revelou os nomes dos presos, mas disse que duas armas foram apreendidas durante a operação.
A morte de Mãe Bernadete teve repercussão nacional e internacional. “Eu não esquecerei, e o CNJ continuará se empenhando pelo esclarecimento desse bárbaro assassinato”, afirmou no último dia 22 a ministra Rosa Weber, presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF). A magistrada e a líder quilombola haviam se encontrado no dia 26 de julho na Bahia.
O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União também cobraram formalmente o governo para esclarecer o crime. A agência de direitos humanos da ONU na América Latina foi outra entidade que condenou o assassinato e pediu apuração rigorosa do episódio.
O assassinato da líder quilombola colocou ainda mais pressão sobre o governador Jerônimo Rodrigues (PT), cuja gestão já vinha sendo bastante criticada em razão dos altos índices de criminalidade registrados no estado. Na semana passada, uma chacina deixou nove mortos, incluindo três crianças, na cidade de Mata de São João, na região metropolitana de Salvador.