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As estratégias de Haddad para bater obstáculos e quebrar tabu do PT em SP

Ex-prefeito larga na campanha paulista com um pé no segundo turno, mas tem pela frente desafios como o conservadorismo e o antipetismo dos paulistas

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 ago 2022, 10h58 - Publicado em 22 ago 2022, 09h41

Líder com folga em todas as pesquisas de intenção de voto ao governo de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, com 34,6 milhões de eleitores, o ex-prefeito da capital Fernando Haddad (PT) tem pela frente uma série de obstáculos a um inédito trunfo petista no estado, como mostra reportagem de VEJA nesta semana. O Palácio dos Bandeirantes é comandado há quase três décadas pelo PSDB, o PT não chega ao segundo turno desde 2002, o eleitorado paulista, sobretudo do interior, é conservador e antipetista e Haddad ostenta uma rejeição muito superior às de seus principais concorrentes, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) – ambos muito menos conhecidos que o petista, ressalte-se. Diante dos desafios, Fernando Haddad e aliados têm estratégias definidas e trunfos para manter o favoritismo e quebrar o tabu petista em São Paulo.

A começar pelo amplo palanque formado em sua coligação, que inclui partidos como PSB, Rede e PSOL, entre outros, e lideranças como os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente ao lado do ex-presidente Lula, e Márcio França (PSB), que disputa uma vaga no Senado na chapa de Haddad, além de Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede). De Alckmin, espera-se uma atuação que ajude a reduzir a resistência a Haddad sobretudo no interior paulista, onde o ex-tucano sempre nadou de braçada nas três eleições que venceu no estado. “Ele governou por 14 anos, é muito respeitado, um grande aliado no diálogo com o interior, um grande fiador”, diz o coordenador do plano de governo de Haddad, deputado estadual Emídio de Souza, para quem as agendas com o ex-tucano serão “decisivas”.

A fama de ser um “petista com cara de tucano”, como brincam aliados, e o perfil mais moderado que o de Lula também são citados por integrantes da campanha como elementos a torná-lo mais simpático a um eleitorado tradicionalmente distante do PT. A ideia, dizem interlocutores, é tentar atrair a Haddad os paulistas com “perfil Mário Covas”, o ex-governador tucano que alçou Alckmin ao poder no estado. “É aquele eleitor com dificuldade de votar em Garcia, por considerá-lo mais conservador e liberal, e que não vota em Tarcísio. Esse é o sujeito a ser procurado, o covista”, resume Márcio França.

Entre o eleitorado mais conservador, aparições de Haddad ao lado da esposa, Ana Estela, assim como Alckmin e França com suas respectivas mulheres, são vistas como estratégia de imagem a ser usada – os três aliados costumam brincar entre si que eles, somados, já têm mais de cem anos de casados. Para o agro e os pequenos produtores, cogita-se um programa para dobrar as safras em quatro anos, além de propostas para expandir ferrovias que barateiem o escoamento da produção. Na capital, a ideia é defender marcas da gestão de Haddad como prefeito, em tópicos da mobilidade urbana, como corredores de ônibus, ciclovias, bilhete único mensal e passe livre a estudantes, e, na saúde, a Rede Hora Certa.

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No campo da política, aliados de Haddad veem na reprodução da polarização nacional a nível estadual o caminho mais simples para uma vitória em segundo turno contra Tarcísio Gomes de Freitas, enquanto Rodrigo Garcia é visto como um adversário possivelmente mais duro de ser vencido na parte decisiva do pleito. “Para Haddad, numa situação em que Lula está à frente em São Paulo e a rejeição de Bolsonaro é maior, ter Tarcísio como adversário é o melhor dos cenários”, avalia o cientista político Cláudio Couto, da FGV.

No círculo do petista, por cálculo eleitoral ou “pensamento positivo”, espera-se também um rápido avanço de Tarcísio nas pesquisas à medida que a campanha engrenar e a associação entre ele e Bolsonaro ficar mais evidente. “É difícil ele não chegar a 24% ou 25%”, diz França, antevendo um espaço estreito para crescimento do tucano. Por outro lado, Garcia tem os trunfos da caneta na mão e de se ver fora da polarização – segundo a Quaest, 40% dos eleitores no estado querem um governador que não seja ligado nem a Lula nem a Bolsonaro. Já Tarcísio tentará colar imagem à de Bolsonaro. “O objetivo é fazer com que a população saiba que Tarcísio é o candidato de Bolsonaro. A prioridade número um é acompanhar a agenda do presidente em São Paulo”, sintetiza Felício Ramuth (PSD), o vice na chapa bolsonarista.

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