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Apostas esportivas: veja quatro jogos de futebol sob suspeita de fraude

Polícia Civil tem atualmente onze inquéritos abertos, que investigam denúncias do Brasileirão feminino ao Paulistão sub-20

Por Diogo Magri Atualizado em 12 set 2022, 12h21 - Publicado em 11 set 2022, 12h56
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  • A Polícia Civil de São Paulo investiga, atualmente, dezoito casos de manipulação de resultado esportivo no futebol estadual, que vieram através de denúncias de atletas envolvidos ou da Federação Paulista de Futebol (FPF) através de um serviço privado de monitoramento visando detectar esse tipo de fraude. São onze inquéritos policiais abertos que envolvem dezessete jogos de futebol do Brasileirão feminino, Copa Paulista, Série B (a quarta divisão do estado) e Campeonato Paulista sub-20.

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    A maioria das denúncias envolve a suspeita de que apostas feitas em sites de apostas esportivas guiaram o resultado final da partida, como mostra reportagem de VEJA na edição desta semana. Um exemplo foi jogo entre Taubaté x Atibaia, realizado em 14 de setembro de 2021 pela Copa Paulista. No terço final da partida, quando o placar estava em 1 a 0 para o Atibaia, a empresa Sportradar, que prestava serviço de monitoramento à FPF, indicou um volume alto de apostas no site chinês Nova88 na indicação que o jogo terminaria com pelo menos três gols somados, sem que isso correspondesse à lógica do duelo.

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    O placar terminou em 2 a 1 para o Atibaia, com dois gols marcados aos 31 e 42 minutos do segundo tempo, conforme as apostas previam. O relatório enviado à Polícia Civil, que pediu a abertura da investigação, descreve as evidências como “indiscutíveis e incontestáveis” e indica que o Taubaté foi possivelmente cúmplice na manipulação de resultado, já que goleiro e zagueiros tiveram “desempenho deficitário” em momentos importantes do jogo.

    Em outro exemplo, pela Série B do Paulista, também foi detectado um volume anormal de apostas no mercado asiático que o Andradina perderia por ao menos três gols do Catanduva, em junho de 2022. Quem levantou a suspeita foi a Stats Perform, empresa que presta o serviço atual de monitoramento no futebol paulista. Ao analisar os lances da partida, que terminou em 7 a 1 para o Catanduva, foi encontrado até tentativa de gol contra de calcanhar por parte de um dos zagueiros do Andradina. A equipe foi suspensa do campeonato, bem como os jogadores, mas a investigação ainda não foi concluída.

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    Na mesma divisão, o jogo entre XV de Jaú x Batatais levantou mais suspeitas pelo número elevado de escanteios no primeiro tempo. Apostas na quantidade de corners é uma das especificidades oferecidas por casas de aposta que dificultam o monitoramento desse tipo de fraude, uma vez que é um critério mais subjetivo de ser avaliado.

    Depois do jogo, um jogador do Batatais declarou à FPF que o treinador da equipe lhe ofereceu 2,5 mil reais para que o ajudasse a ter vários escanteios e que o placar seja mais de dois gols, sem importar o time. O jogador não topou e acabou retirado do elenco que viajou à partida, que acabou em 4 a 1 para o XV. O Batatais é suspeito de ter manipulado o resultado de jogos outras cinco vezes só nesse ano, e treinador e jogadores envolvidos já rescindiram contrato com o clube.

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    arte Apostas
    (./.)

    A maioria dos casos, ao menos em São Paulo, envolve times pequenos do interior que disputam divisões menores. No entanto, pessoas ligadas às investigações já atentam ao fato de que o dinheiro que circula no negócio (15 bilhões de reais em 2022, somente no Brasil), aliado à possibilidade de apostar em lances específicos do jogo, aumenta as chances de casos como esses aparecerem na elite do futebol brasileiro.

    Prova disso é que um dos inquéritos abertos pela Polícia Civil em São Paulo envolve um jogo do Brasileirão feminino, entre Santos x Red Bull Bragantino, em junho deste ano. Na oportunidade, a goleira do Bragantino denunciou que o treinador de goleiras do Santos, Fabrício de Paula, ofereceu até 10 mil reais para que ela tomasse cinco gols no jogo, além de 5 mil para massagista e roupeiro do mesmo clube, que intermediaram a conversa. O caso foi abertamente noticiado pela mídia a época. A goleira recusou, não jogou e fez a denúncia ao diretor de futebol da sua equipe, que repassou à FPF. Fabrício foi demitido por justa causa e a investigação ainda não foi concluída.

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    No dia seguinte à publicação desta matéria, o Esporte Clube Taubaté, através da sua assessoria de imprensa, comunicou que o caso envolvendo o clube já foi arquivado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), na esfera administrativa, e que “se colocou à disposição e contribuiu integralmente com as apurações, mesmo comportamento no inquérito realizado pela Polícia Civil”. Além disso, o clube afirma que “tem confiança que os atletas e membros da comissão técnica da partida em questão não estariam envolvidos em qualquer tipo de prática semelhante, totalmente repudiada por uma instituição com profissionais honestos e com uma história centenária”.

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