Com a vitória nas prévias presidenciais do PSDB confirmada, o governador de São Paulo, João Doria, já busca nomes para formar a equipe econômica de sua campanha para o Palácio do Planalto para ter, desde cedo, propostas mirando o combate ao desemprego e a inflação. A avaliação é a de que a economia será um dos principais motes da disputa de 2022. Mas, diferentemente de Jair Bolsonaro, que tem Paulo Guedes, e de Sergio Moro, do Podemos, que já apresentou Affonso Celso Pastore como seu nome para esta área, o tucano quer uma equipe com seis pessoas — das quais pelo menos três obrigatoriamente sejam mulheres.
Doria espera contar com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, secretário estadual da Fazenda, para capitanear a equipe, com apoio da economista Ana Carla Abrão, que prestou consultoria a São Paulo durante a quarentena contra a covid-19. Os demais nomes ainda estão sendo sondados. O governador quer um “olhar feminino” para esta área, com propostas de desenvolvimento econômico que também tenham apelo social. Parte do mercado financeiro, e até consultorias internacionais, previam vitória do rival Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, nas prévias.
Segundo as pesquisas internas da equipe de Doria, ele tem um desempenho melhor com o eleitorado feminino, pois nesse seguimento o reconhecimento por ter trazido a primeira vacina contra o coronavírus tem maior adesão. As mulheres paulistas também avaliam como positiva a adoção do ensino integral nos colégios do estado após quando as aulas presenciais recomeçaram.
Em outra frente, Doria pretende marcar uma reunião presencial com Moro na semana que vem, quando retornar de viagem oficial que fará aos Estados Unidos a partir de terça. Intermediários do paulista ainda tentam demover o ex-juiz da ideia de concorrer à Presidência (proposta que auxiliares do Podemos descartam). O encontro ainda não está confirmado.
Antes de viajar, nesta segunda-feira, Doria convocou uma entrevista coletiva na sede do PSDB em São Paulo para fazer um balanço da campanha das prévias. O governador espera construir pontes o mais rápido possível com Leite, contra quem disputou uma campanha repleta de atritos, e isolar adversários internos que têm se posicionado ao lado do governo Bolsonaro, como o deputado mineiro Aécio Neves.