Após Lula falar em guerra contra o garimpo, PF volta à terra ianomâmi
Agentes apreenderam coletes à prova de bala e armas usadas por invasores no território
A Polícia Federal iniciou, nesta semana, mais uma ofensiva contra a mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A ação ocorre após uma reunião no Palácio do Planalto, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que invasores ainda ocupam a região e afirmou que o governo não pode perder a “guerra” contra o garimpo.
A PF informou que realiza “uma nova rodada de ataques” aos garimpos ilegais desde terça-feira, com o apoio das Forças Armadas. Os agentes já apreenderam armas, celulares, radiocomunicadores, munição, coletes à prova de bala e outros equipamentos usados pelos garimpeiros.
A ação também é resultado do cumprimento das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto da ADPF 709, que determinaram o combate aos crimes praticados dentro de territórios indígenas.
Ação permanente
No dia 10 de janeiro, Lula reuniu ministros, representantes da PF e das Forças Armadas para fazer um balanço das ações na terra ianomâmi e definir novas diretrizes. O território foi alvo de invasores durante o governo de Jair Bolsonaro e de uma crise sanitária que teve repercussões internacionais no início de 2023.
“A gente vai decidir tratar a questão dos ianomâmis como uma questão de Estado. Vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisas contra o que a lei determina”, declarou.
Após a reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que a presença das forças de segurança será permanente na região. Uma sede do governo federal será criada em Roraima para coordenar a atuação na área. Lula também determinou crédito extraordinário de 1,2 bilhão de reais para custear as medidas de combate ao crime e proteção aos indígenas no território.
“Não se trata de uma intervenção, se trata de uma coisa de governo que vai cotidianamente e não, esporadicamente, tratar a questão”, afirmou Rui Costa.