Na última segunda-feira, após a sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) conversou com alguns jornalistas presentes sobre as negociações para definir o vice da sua chapa na disputa pela Presidência da República. O deputado, que definiu neste domingo o general Hamilton Mourão (PRTB) para a vaga, naquele momento explicava que o astronauta Marcos Pontes, filiado ao seu PSL, havia sido descartado para que a chapa não fosse composta por dois militares, como agora será – Bolsonaro é capitão da reserva do Exército.
“Eu conversei com o astronauta, mas aí seriam dois militares na chapa, ficaria um pouco pesado”, disse o presidenciável do PSL, que naquele momento avaliava que a advogada Janaina Paschoal estava “disparada” na frente para ser a vice – ela recusou o convite no sábado, por questões familiares.
A exceção a essa avaliação seria outro general da reserva, Augusto Heleno, um dos primeiros comandantes de Bolsonaro na carreira militar e muito próximo a ele. Heleno não foi vice porque seu partido, o PRP, preferiu apoiar Alvaro Dias ao Planalto. Além da chapa ser formada por dois militares, o que poderia afastar os eleitores mais moderadas, outra dificuldade que a nova coligação vai enfrentar é uma avaliação recente que Mourão fez dos apoiadores do presidenciável do PSL: a de que existiria entre apoiadores dele um radicalismo “meio boçal”.
A entrada de Mourão, alvo de controvérsias por já ter cogitado a hipótese de uma intervenção militar, também traz o PRTB para a coligação de Bolsonaro. O partido vai retirar a pré-candidatura do seu presidente nacional, Levy Fidélix, à Presidência para que possa apoiar o PSL e ceder o seu tempo de televisão, em evento na tarde deste domingo, em São Paulo. Com isso, Bolsonaro deve passar de 7 para cerca de 14 segundos em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos na televisão.