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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Aníbal:’Se tivesse um átomo de sensatez, Doria abriria mão da candidatura’

Ex-líder de FHC na Câmara rechaça apoio ao pré-candidato do PSDB, admite chance de o partido não ser cabeça de chapa e ainda vê espaço para a terceira via

Por Diogo Magri Atualizado em 24 fev 2022, 12h44 - Publicado em 22 fev 2022, 18h38

Duas vezes líder do governo de Fernando Henrique Cardoso na Câmara e ex-presidente nacional do partido, José Aníbal está entre os políticos mais antigos e influentes do PSDB. E, como crítico de João Doria desde 2016, ele rechaça a ideia de apoiar a campanha do tucano à Presidência da República. “Se tivesse um átomo de sensatez, Doria abriria mão da candidatura, de tão grande a rejeição e de tão pequena a intenção de voto. Ele não inspira confiança e não tem credibilidade”, afirmou o atual suplente de José Serra no Senado em entrevista exclusiva a VEJA.

Aníbal apoiou Eduardo Leite nas prévias que decidiram o presidenciável da legenda. Para ele, o governador do Rio Grande do Sul tem mais “adesão voluntária” e capacidade de agregar eleitores e conversar com diferentes lados do espectro político. Com a possibilidade de o gaúcho deixar o partido para concorrer pelo PSD, Aníbal não descarta a possibilidade do PSDB abrir mão da cabeça de chapa presidencial. O tucano ainda acredita na terceira via. “Não estou convencido de que a polarização entre Bolsonaro e Lula dure até outubro”.

Doria tem 1,8% das intenções de voto e a maior rejeição entre os presidenciáveis, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta semana. Qual o seu nível de confiança nesta candidatura? É zero. Se tivesse um átomo de sensatez, Doria abriria mão da candidatura, de tão grande a rejeição e de tão pequena a intenção de voto. Ele não inspira confiança e não tem credibilidade. Ele teve o mérito de se empenhar pela vacina, mas transformou isso em discurso político, num duelo entre ele e Bolsonaro, e no fim os créditos não irão para nenhum dos dois. As prévias terminaram há quase três meses e não houve um ato pelo Brasil para alavancar a campanha dele. Não começou porque não tem por onde começar.

“As prévias terminaram há quase três meses e não houve um ato pelo Brasil para alavancar a campanha dele (Doria). Não começou porque não tem por onde começar”

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Há chances de Doria não ser candidato à Presidência? Eu acredito que a maioria do PSDB é contra a candidatura dele hoje, mas é muito difícil ele abrir mão. O que pode causar isso é a rejeição popular. Eu não sei se o Eduardo Leite sairá para o PSD, é uma decisão dele. Mas, com a inviabilidade do Doria e sem Leite, uma opção seria a federação com o Cidadania. O Cidadania tem o pré-candidato deles, o Alessandro Vieira, senador em Sergipe. Se a candidatura do Alessandro se mostrar mais viável, ainda existe a chance de o PSDB não ser cabeça de chapa.

Você vê espaço para a terceira via contra Lula e Bolsonaro? Eu não estou convencido de que essa polarização resista até outubro. Acho que tem uma proporção grande de indecisos ou pessoas que podem mudar, fora os divididos entre Ciro Gomes, Sergio Moro e Doria. Quando tiver alguém com capacidade de agregar, tudo isso muda. O Eduardo Leite tem uma adesão voluntária, fez uma gestão despolarizada no Rio Grande do Sul e tem uma candidatura que desperta muito interesse.

Se há espaço, como é possível resgatar o protagonismo nacional do PSDB? Resgatando o que o partido era antes das últimas eleições. Geraldo Alckmin saiu do PSDB porque teve as portas fechadas para concorrer ao governo. Como falar em rejuvenescer num partido que viu Mario Covas, aos 70 anos, ser o melhor governador da história de São Paulo? O Geraldo, quando viu que não tinha chances de disputar o estado pelo PSDB, fez uma reflexão pragmática. Na polarização, entre Lula e Bolsonaro, preferiu ficar do lado do Lula. Ele contribui ao ampliar os votos do PT em áreas onde Lula não conseguiria. É uma decisão de contribuição e, ao mesmo tempo, de afirmação da própria postura.

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“Eu não estou convencido de que essa polarização (entre Lula e Bolsonaro) resista até outubro. Quando tiver alguém com capacidade de agregar, tudo isso muda”

Você assumiu o posto no Senado com a licença de saúde de José Serra, mas voltou à suplência quando o senador se recuperou, em 1º de fevereiro. Planeja concorrer a algum cargo público em 2022? Ainda não sei, pretendo decidir nas próximas semanas. Mas não tem a menor hipótese de eu ir no sacrifício a favor de Doria.

Um dia após a publicação da entrevista, o presidente estadual do PSDB-SP, Marco Vinholi, enviou uma nota à reportagem com um comentário sobre as respostas de José Aníbal. “Respeito a história política do Senador José Aníbal, mas é lamentável que ele se deixe levar por seus problemas pessoais com o governador João Doria, de quem perdeu as últimas três disputas internas em 2016, 2018 e 2021. Sua opinião, longe de representar a vontade do PSDB, expressa de maneira inequívoca nas prévias tucanas, reflete mais uma questão local, um problema pessoal a ser superado”, escreveu Vinholi.

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