A Justiça Federal do Paraná determinou que mais um lote de bens confiscados do ex-ministro José Dirceu fosse levada a leilão, como forma de reparação pela condenação na Operação Lava Jato. Os imóveis e um veículo, localizados em São Paulo, já foram objeto de negociações anteriores, mas o preço alto inviabilizou as vendas. O pregão, realizado pela empresa Marangoni e iniciado em 12 de setembro, ocorrerá até as 14h desta quinta-feira, 22. Até a manhã da data do encerramento, nenhum comprador havia se interessado pelas edificações.
Dos três imóveis, dois estão na capital. Uma casa localizada na Avenida República do Líbano, ao lado do Parque Ibirapuera, é a a mais cara e está avaliada em 5,4 milhões de reais. O imóvel, de 501 metros quadrados, possui dois empecilhos: um tombamento da região, que impede construções no lote, e uma ação de despejo que já dura vários anos. O outro bem localizado em São Paulo é um apartamento de 41 metros quadrados no Itaim (480 000 reais).
Em Vinhedo, um chácara de 2.300 metros quadrados, de alto padrão, avaliada em 1,2 milhão de reais, está sendo oferecida por 922.500 reais.
No mesmo lote, um veículo GM S10, ano 2009, foi o único objeto arrematado. Saiu por 33.000 reais.
Dívida.
Desde o final de 2020, a Justiça Federal começou a levantar todos os bens de José Dirceu. O objetivo é fazer um grande leilão, para que o valor arrecadado possa cobrir uma parte da dívida do ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula. Dirceu é acusado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional de sonegar 34 milhões de reais em impostos. Ele foi incluído na lista de “grandes devedores” da Dívida Ativa da União.
Segundo a denúncia feita pela Fazenda Nacional, Dirceu simulou diversos contratos de prestação de serviços de assessoria com diferentes empresas, dos mais variados ramos do mercado, com o objetivo de ocultar a verdadeira origem dos recursos e para reduzir a tributação incidente sobre os rendimentos auferidos ilegalmente.