A disposição (e o entrave) para SP distribuir a CoronaVac pelo país
Estados sondam São Paulo sobre possibilidade de compra direta de imunizante, mas aguardam manifestação do Ministério da Saúde
A aprovação do uso da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, por técnicos da Agência Nacional de Vigilância (Anvisa), garantiu ao governador de São Paulo, João Doria, mais uma marca importante para chegar nas eleições de outubro como o “pai da vacina” ou o “João Vacinador”, como buscam seus aliados próximos. Ele vacinará todas as crianças de seu estado em três semanas, como prometeu, ao passo que outros governadores terão de esperar até março para ter o total de doses necessárias para imunizar sua população infantil, uma vez que dependem das doses da Pfizer compradas pelo Ministério da Saúde.
Cientes da importância tanto sanitária quanto política de completar a imunização das crianças, os técnicos do Instituto Butantan avisaram, em entrevistas nesta quinta-feira, 20, que estão preparados para distribuir o imunizante para outros estados. Auxiliares do presidente da entidade, Dimas Covas, disseram que sondagens informais sobre detalhes desse esquema já chegaram a ser feitas. Mas a ordem é aguardar alguma sinalização (que ainda não ocorreu) por parte do Ministério da Saúde para incluir o imunizante no Programa Nacional de Imunização (PNI), o que seria mais prático em termos de distribuição e mais econômico para os estados. Acontece que essa aproximação até agora não ocorreu.
Dimas Covas tem dito que chegou a oferecer 100 milhões de doses extras da CoronaVac para o ministério, mas nunca teve resposta. Agora, lembra que o Butantan pode produzir 1 milhão de doses por dia. O acordo do governo Bolsonaro com a Pfizer prevê 20 milhões de deses até o fim do primeiro trimestre.