Três pérolas do candidato a candidato
Amostra grátis do que prometem ser as campanhas em 2018. Descalabro do dinheiro público.
Paulo Rabello de Castro, candidato a candidato a presidente, hoje dono da poderosa caneta do BNDES, viaja pelo Brasil, abre escritórios regionais que a antecessora tinha fechado, incha a máquina pública, e grava vídeos típicos de palanque eleitoral, proferindo frases assim: “Vamos desenvolver o Amapá? Vamos!”
A prática é denunciada hoje pela jornalista Míriam Leitão e, além de muito grave, temo que seja só uma amostra do tipo de campanha que teremos em 2018.
A festa em Macapá aconteceu na sexta-feira da semana passada, 24 de novembro, e, segundo o diário local, foi promovida pelo senador do DEM, Davi Alcolumbre, que, por sua vez, celebrou o evento nas rede sociais.
Detalhe: Alcolumbre é o presidente da alegada CPI do BNDES, instalada em agosto com o objetivo de investigar irregularidades nos empréstimos da instituição. A mesma CPI que ontem interrogou Eike Batista.
Míriam Leitão expõe três pérolas do candidato a candidato a presidente:
1) o uso do cargo e do dinheiro do contribuinte para viajar e, desde já, fazer a própria campanha
2) o inchaço do banco, com a reabertura de escritórios regionais que tinham acabado de ser extintos
3) o retrocesso em política de meio ambiente, ao devolver a investimentos em energia proveniente do carvão, por exemplo, os mesmos subsídios de fontes não poluidoras, como a eólica e a solar.
Pra quem não lembra, Rabello de Castro teria sido o ministro da Fazenda de Roseana Sarney, se ela tivesse sido eleita presidente da República em 2002.
(Roseana desistiu da candidatura por causa da famosa foto do R$ 1,34 milhão que a Polícia Federal apreendeu no escritório da empresa dela e do marido, Jorge Murad.)
Não deixa também de ser no mínimo estranha a coincidência de o vídeo ter sido gravado no Amapá, domicílio eleitoral do ex-presidente José Sarney.
Que é pai do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho.
Haja vigilância no ano que vem.
Boa sorte pra gente.