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Os novos arranjos familiares e o papel da reprodução assistida

Transformações sociais, culturais e os avanços da medicina possibilitaram o surgimento de novos arranjos familiares, até pouco tempo, impensáveis

Por Edson Borges
Atualizado em 28 jun 2017, 12h54 - Publicado em 28 jun 2017, 12h51
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  • A evolução do comportamento humano, as transformações sociais e culturais da sociedade contemporânea e os avanços da medicina reprodutiva provocam uma meditação sobre os novos arranjos familiares, até pouco tempo, impensáveis.

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    O Censo de 2010 do IBGE mostra que hoje são 19 laços de parentesco, contra 11 contados no censo de 2000. O conceito tradicional de família, composto por um casal heterossexual com filhos, esteve presente em 49,9% dos lares visitados, enquanto que em 50,1% , a família ganhou uma novo arranjo. As famílias homoafetivas já somam 60.000 , enquanto 10,1 milhões de famílias são formadas por pais ou mães solteiros.

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    Muito se modificou desde a origem da família. A ascensão da pílula anticoncepcional e o trabalho remunerado da mulher inauguraram a fase de maiores transformações. A década de 80 também trouxe inovações para a instituição, pois a Reprodução Humana Assistida, dissociou o sexo da gravidez, com a inseminação artificial e a fertilização in vitro.

    O papel da reprodução assistida nos novos arranjos familiares

    A reprodução assistida hoje, entendida e vista como tratamento de saúde, saúde reprodutiva em sentido amplo, reflete o direito à procriação e ao planejamento familiar, assentado na própria liberdade do indivíduo que retrata outros direitos fundamentais, como igualdade.

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    Em consequência, inquestionável que qualquer indivíduo juridicamente capaz, solteiro, viúvo, divorciado, homossexual, heterossexual, bissexual, transexual, pode ser beneficiário das técnicas médicas, independente do estado civil e da opção sexual.

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    Monoparentalidade, casais homoafetivos e novos desenhos geracionais

    A monoparentalidade programada, conhecida como “produção independente” mostra o empoderamento da mulher na segunda metade do século XX, marcando a possibilidade da mulher gerir suas próprias escolhas, e até o momento da gestação, em razão da criopreservação de seus óvulos. O homem sozinho, com a técnica de cessão temporária de útero e doação de óvulos, também pode ser pai e demonstra que a parentalidade pode ser buscada e vivenciada individualmente.

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    O aparente obstáculo aos tratamentos dos casais homoafetivos já foi quebrado pelos nossos Tribunais Superiores, que reconhecem as uniões homoafetivas como entidade familiar. A capacidade humana para constituir vínculos nada tem a ver com a orientação sexual de cada um, assim, não se discute a legalidade dos tratamentos, para dois homens ou duas mulheres.

    Outros desenhos geracionais também podem ser pensados, por exemplo, a avó que empresta o útero para sua filha e passa a ser mãe e avó de uma mesma criança. E mais, a reprodução póstuma – que viabiliza família após a morte dos doadores de material genético.

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    A família se transformou com o nascimento de uma nova paternidade, não estritamente biológica, mas baseada no afeto. A pluralidade afetiva, a igualdade de gêneros e a diversidade sexual, não representam ameaça às famílias, mas integram-se como novas possibilidades.

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    Superados os preconceitos que afetam estas realidades, respeitadas as regras da ética profissional, devemos buscar entender a nova roupagem das entidades familiares de forma aberta, cimentada, sempre, em regras de inclusão.

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