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Precisamos de uma “junta médico-econômica” para nos salvar!

Em tempos da Covid- 19 não há tempo para aguardar um posicionamento cientificamente comprovado para esta ou aquela política de conduta, aceita como correta

Por Ben-Hur Ferraz Neto
Atualizado em 30 mar 2020, 15h03 - Publicado em 30 mar 2020, 14h52

Desde o início, há pouco mais de 3 meses, do aparecimento da Covid-19, o mundo mudou mais do que nos últimos 100 anos.

Experimentamos situações inimagináveis ao mundo moderno, como a impossibilidade de ir e vir, do convívio social, além do medo de ser ou estar infectado por uma doença desconhecida e assustadora. Junto a este cenário, começamos a perceber que o vírus pode ser controlado, ou pelo menos a velocidade de sua disseminação, como, por exemplo, através do temporário isolamento social necessário.
Lutamos, minuto a minuto, para “achatarmos a curva” e possibilitarmos o maior e mais eficiente atendimento da população global através do possível acréscimo de leitos de UTI e melhora do desempenho médico.

Paralelamente a isto, percebemos claramente, embora não tenhamos encontrado o equilíbrio, as consequências que estas atitudes nos trarão em um futuro muito próximo, se não já presente.

Como médico, transplantador de fígado há mais de 30 anos, convivo com dilemas extremos no dia-a-dia. Quem podemos transplantar e quem não preenche os “critérios” aceitáveis para um bom resultado do procedimento. Por que isso? Pelo “simples” fato de que não existem doadores de órgãos para todos que deles necessitam. Então, justificamos através de congressos, convenções, publicações, pesquisas, etc., quem pode e quem não pode ter este tratamento oferecido e recebido.

Qual a diferença entre os transplantes e a Covid-19? A diferença é que no caso da Covid-19 não há tempo para aguardar um posicionamento cientificamente comprovado para esta ou aquela política de conduta, aceita como correta.

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Desta maneira, frente ao caos instalado, decisões exclusivamente médicas (ou exclusivamente econômicas), mesmo que absolutamente justificadas pelos nossos juramentos e princípios, podem determinar resultados sociais e clínicos, a médio e longo prazo, piores do que o desejado ou esperado. Mesmo com tanto afinco e dedicação de todos os profissionais da saúde, indiscutivelmente!

Neste momento de crise, de muito mais dúvidas do que certezas, de muito mais perguntas do que respostas, de muito mais risco do que segurança, me parece mais prudente, ao invés de uma “junta médica” a implantação imediata de uma “junta médico-econômica” permanente e de urgência!!

(Felipe Cotrim/VEJA.com)
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