Luto é a manifestação social de um sentimento de pesar assumido socialmente diante de uma experiência de perda. Acontece sempre que nossa vida é afetada para sempre pelo término de uma relação, situação, projeto, sonho. As reações mais comuns na experiência de luto podem ser de natureza emocional, física, cognitiva e comportamental que podem durar tempo variável, desde apenas alguns dias, ou até mesmo, alguns meses. Sentimentos tais como choque, tristeza, culpa, raiva e hostilidade, solidão, agitação, ansiedade, fadiga, anseio; desejo de estar com a pessoa falecida; desamparo e alívio. Podem estar acompanhados de sensações físicas descritas em geral como vazio no estômago, aperto no peito, nó na garganta, hipersensibilidade ao barulho, sensação de despersonalização: “Eu caminho na rua e nada me parede real, inclusive eu”; falta de ar, respiração curta; fraqueza muscular; falta de energia; boca seca; queixas somáticas; suscetibilidade a doenças, principalmente aquelas ligadas à baixa imunidade, stress ou falta de cuidados com a saúde.
Do ponto de vista cognitivo, a experiência de perda pode levar a pessoa a apresentar quadro de descrença, confusão, déficit de memória e concentração; pensamentos obsessivos; sensação da presença; alucinações. Mudanças no comportamento social da pessoa em luto são manifestadas através de distúrbio de sono; perda/aumento de apetite; aumento no consumo de psicotrópicos, álcool e fumo; comportamento “aéreo”; isolamento social; da necessidade de evitar lugares, objetos, assuntos etc. que lembrem a pessoa que faleceu; do impulso de procurar e chamar pela pessoa; sonhos com o falecido; hiperatividade e inquietação.
Nem todos morrem em decorrência da evolução de uma doença crônica. Às vezes, a morte chega repentinamente. As pessoas podem falecer na mesa de operações, num acidente de avião, de carro, num assalto ou na sala de emergência do hospital. Nesse contexto, a morte súbita é um fator de risco importante para a complicação da experiência de luto. Isso também pode ocorrer quando familiares e cuidadores não aceitam a possibilidade de uma condição de doença grave poder ser fatal e não esperam pela morte do paciente quando ela acontece.
Os efeitos do período de luto sobre a saúde e até mesmo o risco de mortalidade em pessoas mais vulneráveis, como os idosos, por exemplo, são bem conhecidos e documentados. Embora a evidência seja demonstrada, pouco ou nada é feito para minimizar o risco de que problemas ameaçadores à vida possam ocorrer em pessoas em processo de luto. Por isso é muito importante lembrar que esse é um processo intenso e necessário, mas que o cuidado com a saúde da pessoa em luto, em todas as suas dimensões, é fundamental para que a dor vá embora e fique apenas o amor na forma da saudade. Se você perdeu alguém que ama muito, cuide-se como se a pessoa amada estivesse por aqui para sorrir para você.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista