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O paciente na Unidade de Terapia Intensiva: mitos e verdades

A UTI de hoje busca pela excelência, envolve os familiares e o paciente no processo de cura, além de primar pelo trabalho em equipe

Por Ludmila Hajjar
Atualizado em 26 abr 2017, 14h52 - Publicado em 26 abr 2017, 13h06
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  • Em 1854, surgiu o conceito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Naquele ano, ocorreu a Guerra da Crimeia na qual a Inglaterra, França e Turquia declararam guerra à Rússia. Em condições precárias, a taxa de mortalidade entre os soldados hospitalizados atingia 40%. A enfermeira inglesa Florence Nightingale e mais 38 voluntárias partiram para os Campos de Scurati, incorporaram-se ao atendimento, empregaram cuidado padronizado nas chamadas unidades de monitoração de pacientes graves e a mortalidade caiu para 2%.

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    O ofício de cuidar melhor e de maneira sistematizada de um paciente foi a base da medicina crítica ou da terapia intensiva mais moderna. A primeira UTI surge na década de 1920 nos Estados Unidos, e, quase um século após, em 2017, comemoramos muitas transformações importantes que ocorreram no ambiente da terapia intensiva e que trouxeram grandes benefícios aos pacientes críticos.

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    O que é uma UTI?

    Destacam-se a eficiência no diagnóstico por meio de exames laboratoriais e métodos de monitorização de última geração, assim como o emprego de técnicas de tratamento modernas, que resultaram não somente na redução significativa de mortalidade dos pacientes, como na melhoria considerável da qualidade do atendimento.

    Antes, a UTI era conhecida como um ambiente associado a complicações e à morte e a sensações de frieza, solidão e dores, passou atualmente a ser compreendida como um local associado à vida, à cura, à dedicação máxima a um paciente que precisa, tendo como premissa o cuidado amplo, no sentido global da palavra, do físico ao emocional. A verdadeira UTI de hoje, empregando em seu dia-a-dia a busca pela excelência, envolve os familiares e o paciente no processo de cura, além de primar pelo trabalho em equipe, composta hoje pelo médico intensivista, e por profissionais da enfermagem, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e farmácia clínica.

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    O aumento da expectativa de vida da população está associado a um fenômeno conhecido como transição epidemiológica. O Brasil da atualidade vive essa fase, na qual as principais causas de mortalidade são as doenças cardiovasculares e o câncer. Como consequência da maior eficiência no diagnóstico e no tratamento dessas doenças, um número progressivamente maior de pacientes necessita de terapia intensiva.

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    UTIs modernas: tecnologia e humanização

    No passado, os leitos de UTI representavam de 5% a 15% dos leitos de um hospital, e atualmente, a estimativa é que em todo o mundo, essa proporção deva ser idealmente de 30% a 40%. A estrutura de uma UTI moderna deve conter tecnologia de ponta e recursos humanos capacitados para a rapidez e a eficiência no diagnóstico e no tratamento de doenças graves. Entretanto, isso não basta. É preciso enxergar o paciente e não apenas sua doença.

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    O ser humano que ali se encontra tem uma biografia, uma história de vida, doenças prévias, experiências anteriores, anseios e desejos. Tudo isso deve ser levado em consideração no processo da cura, no entendimento do ser humano que frente a uma condição crítica, encontra-se fragilizado de corpo e alma.

    O médico intensivista lida com alguns desafios diários – a complexidade do diagnóstico de um paciente grave, a essência de uma intervenção imediata eficiente, a interpretação da heterogeneidade do ser humano no âmbito da doença, e o entendimento das necessidades do paciente e de sua família. Além disso, é preciso internalizar o conceito que muitas vezes o ambiente da UTI não trará a cura da doença e sim um alívio de sofrimento, gerando melhora da qualidade de vida dos pacientes.

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    A UTI ideal e que devemos oferecer aos nossos pacientes é aquela composta de uma equipe altamente capacitada, com uma estrutura moderna e tecnológica, cujas ações têm um foco principal: o bem-estar do paciente, seu envolvimento no processo da cura, gerando melhores resultados.

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