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Mamografia e outros exames que fazem a diferença contra o câncer de mama

Especialista conta como avanços tecnológicos e a personalização do rastreamento estão redefinindo o combate à doença

Por Renato Leme de Moura Ribeiro*
20 out 2023, 08h00

Os tumores de mama são a principal causa de mortalidade por câncer no sexo feminino em todo o mundo. Estima-se que uma em cada oito mulheres será afetada pela doença durante a vida, conforme dados da GLOBOCAN 2020. A detecção precoce é a chave para o tratamento bem-sucedido, uma vez que detecta tumores ainda em estágio que não produzem sintomas, aumentando significativamente a chance de cura.

Para a finalidade de rastreamento, felizmente a medicina já conta com uma gama de exames. São eles:

Mamografia: exame considerado o mais eficiente para o rastreamento populacional e que comprovadamente reduz a mortalidade pelo câncer de mama. É indispensável e insubstituível para a detecção da doença em pacientes a partir dos 40 anos. Com frequência, deparamos com mulheres que trazem dúvidas na expectativa de realizar um rastreamento efetivo apenas com exames de ultrassonografia ou ressonância magnética, mas a mamografia continua sendo o principal método de escolha. É importante ressaltar a necessidade de se realizar o exame com a técnica de posicionamento adequada e com equipamentos bem calibrados, sendo vantajoso o uso da tecnologia digital de aquisição.

Tomossíntese: um avanço tecnológico na mamografia convencional (2D), esse método, também conhecido como mamografia 3D, é um exame por meio do qual são realizadas imagens multiplanares da mama (semelhantes a de uma tomografia), permitindo que os radiologistas analisem os exames de forma mais detalhada e com maior taxa de detecção de carcinomas invasivos quando comparados à mamografia 2D isoladamente, especialmente em mamas densas. Esta técnica tem a vantagem de reduzir os resultados falsos positivos, muitas vezes diminuindo também a necessidade de reconvocações para complementações e a consequente ansiedade gerada na existência de dúvida no diagnóstico. Quando disponível e acessível, a tomossíntese é atualmente o método preconizado para o rastreamento do câncer de mama.

Ultrassonografia mamária: é um exame que não utiliza radiação e, no Brasil, realizado exclusivamente por médicos, sendo recomendado como complemento à mamografia em pacientes com mamas densas e, frequentemente, utilizado para a avaliação de lesões  suspeitas. É indicado eventualmente a pacientes jovens ou com queixas palpáveis.

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Ressonância magnética: método de alta tecnologia, que também não se vale de radiação, e cada vez mais recomendado para o rastreamento de mulheres com alto risco para câncer de mama, como aquelas com histórico familiar da doença ou mutações descobertas por testes genéticos.

Além desses recursos, a inteligência artificial vem desempenhando um papel cada vez mais importante no diagnóstico do câncer de mama. Algoritmos para analisar imagens de mamografia e ressonâncias magnéticas já são realidade e oferecem verdadeiro suporte aos médicos para interpretação, tornando-se uma ferramenta capaz de mudar a história da prevenção da doença.

A inteligência artificial pode auxiliar na redução de erros humanos, assim como diminuir o tempo de análise. No escopo da mamografia, permitirá maior abrangência do rastreamento, ampliando a disseminação dos meios diagnósticos a populações que ainda carecem desses exames.

Esses avanços tecnológicos na área da saúde vêm ao encontro de uma abordagem cada vez mais valorizada, a personalização do rastreamento do câncer, baseada em fatores de risco e especificidades individuais. Ela permite adaptar um plano de acompanhamento e tratamento de acordo com as particularidades de cada paciente.

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Nesse contexto, o radiologista, que é o especialista em medicina diagnóstica, passou a ser fundamental como consultor dentro de um processo de atendimento individualizado, ajudando na escolha da melhor forma de rastreamento, detecção precoce e tratamento.

As inovações no rastreamento do câncer de mama trazem mais esperança no enfrentamento da doença. E provam que a tecnologia pode ser uma aliada da conscientização na primeira linha de defesa contra esse problema de saúde pública.

* Renato Leme de Moura Ribeiro é médico radiologista e coordenador do Grupo de Imagem Mamária do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo

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