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Fibrilação atrial: o que faz diferença no tratamento dessa arritmia

Doença cardíaca afeta milhões de brasileiros e rende inúmeras complicações. Mas diagnóstico precoce e tratamento integrado evitam desfechos ruins

Por Eduardo Lima*
Atualizado em 25 jul 2023, 12h50 - Publicado em 25 jul 2023, 12h49

Entre as arritmias cardíacas, a fibrilação atrial é o tipo mais frequentemente associado a internações relacionadas à saúde do coração, sendo mais comum em idosos. Entre os fatores de risco para a condição estão, além da idade, hipertensão, diabetes, obesidade, doença coronariana arterial, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), a incidência desse quadro na população mundial é de 2,5%, ou cerca de 175 milhões de pessoas. Além disso, estima-se que de 5 a 10% da nossa população apresentará este tipo de arritmia ao longo da vida.

Subdiagnosticada em muitos casos, a doença ocorre quando os átrios do coração sofrem contrações rápidas e descoordenadas, que resultam em um fluxo sanguíneo inadequado, o que pode levar à formação de coágulos ali devido à falta de força suficiente para o sangue circular corretamente.

Exatamente por isso, a fibrilação atrial está fortemente associada ao risco de acidente vascular cerebral (AVC). Os coágulos formados no coração podem viajar pela circulação até obstruir uma artéria cerebral.

Ao longo do tempo, a irregularidade do batimento cardíaco também pode aumentar o risco de demência, destacando a importância do diagnóstico e do tratamento correto quanto antes.

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Pensando nessa realidade, tem ganhado tração a tendência de se criar e implantar centros dedicados ao manejo de arritmias cardíacas dentro do hospital. No local, o paciente conta com um time especializado e tecnologias como inteligência artificial, que, acopladas a exames como eletrocardiogramas, aceleram a identificação do problema e facilitam o encaminhamento ao tratamento adequado.

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O controle da fibrilação atrial inclui medicamentos de uso contínuo, como anticoagulantes e antiarrítmicos, mas, em função do aumento da segurança e eficácia, a ablação por radiofrequência tem sido considerada como primeira opção a depender das condições clínicas do paciente. Com altos índices de resolutividade, ela tem como impacto positivo a supressão do uso de antiarrítmicos, classe de medicamentos que podem ter efeitos adversos em outros órgãos.

Apesar dos benefícios da ablação, sua realização ainda é limitada no Brasil, mesmo na rede privada. Em parte, porque muitos pacientes não apresentam sintomas óbvios, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Por outro lado, uma ação fundamental para ampliar o uso desse recurso é promover o encontro entre o paciente, o devido diagnóstico, e o especialista, dentro da necessária estrutura hospitalar.

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A disponibilidade de equipamentos e a presença de operadores experientes são essenciais para aumentar a acessibilidade ao tratamento da fibrilação atrial, fortalecendo a pertinência e eficácia do tratamento, bem como melhorando o desfecho.

Essa importante condição cardiológica demanda o estabelecimento de serviços coordenados, como os centros de arritmia, baseados em três pilares: diagnóstico precoce, tratamento eficaz e acompanhamento contínuo. Essas medidas têm demonstrado resultados positivos na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, redução de complicações e maior acessibilidade ao tratamento.

Isso também tem impactos positivos em longo prazo, reduzindo as visitas ao pronto-socorro e internações. No entendimento de tratar-se de uma doença crônica, o cuidado contínuo é fundamental, e os centros de arritmia vêm com essa vocação de seguir a jornada completa do paciente.

* Eduardo Lima é cardiologista e líder da Cardiologia do Hospital Nove de Julho, em São Paulo

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