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Anvisa aprova novo medicamento para reduzir o colesterol ruim

Trata-se do Inclisirana, que, com duas injeções ao ano, reduz 52% dos níveis de LDL em pacientes que já sofreram infarto e AVC

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2023, 20h39 - Publicado em 4 jul 2023, 20h08

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o controle do colesterol ruim (LDL). Trata-se do Inclisirana, produzido pela Novartis, indicado para pacientes de muito alto risco cardiovascular, ou seja, que já sofreram infarto ou AVC isquêmico, e também para adultos com hipercolesterolemia primária (colesterol alto familiar ou não familiar) e dislipidemia mista (quem tem alterações no colesterol e triglicérides).

“Pacientes que já sofreram com ataque cardíaco ou derrame precisam não só reduzir o colesterol ruim (LDL), mas controlá-lo, isto é, mantê-lo abaixo de 50mg/dL”, diz Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP, professor associado da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS). “Manter o colesterol ruim (LDL) controlado é essencial para que um paciente não volte a ter novos eventos cardiovasculares graves como esses, que têm mais chances de acontecerem depois de um primeiro caso”, completa o especialista.

Seguro e eficaz

O Inclisirana utiliza como mecanismo de ação um pequeno RNA de interferência que limita a produção da proteína hepática PCSK9, auxiliando na redução dos níveis de LDL no sangue. Nos estudos, o fármaco demostrou eficácia e segurança com duas injeções da substância ao ano, suficientes para reduzir, em média, 52% dos níveis de colesterol ruim (LDL) em pacientes que já sofreram infarto do miocárdio, AVC ou tem doença arterial periférica assintomática.

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“É uma medicação bastante segura, efetiva e que bastam duas aplicações anuais. Após uma dose inicial e um reforço em três meses, as aplicações são semestrais e você consegue manter valores de LDL muito baixos que só com os medicamentos usuais, nem sempre seria possível”, explica Maria Cristina Izar, diretora da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e professora de Cardiologia da UNIFESP. “A grande vantagem é a duração prolongada que se observa com o Inclisirana, mas ele não é uma droga de primeira escolha, e sim de combinação com outros remédios como as estatinas”, acrescenta.

Atenção ao colesterol ruim

Atualmente, 92,6% dos pacientes que sofreram infarto estão com o colesterol ruim (LDL) acima de 50mg/dL. Mesmo mudando o estilo de vida e tomando as medicações mais comuns para o controle do colesterol, muitos pacientes que já tiveram um ataque cardíaco ou um derrame não conseguem manter o colesterol ruim (LDL) dentro da meta. “Nesse sentido, a inclisirana entra em cena como um avanço para controlarmos o colesterol ruim (LDL) nesses pacientes”, afirma Santos.

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Cerca de 400 mil mortes são relacionadas a doenças cardiovasculares no Brasil atualmente – número maior do que todas as mortes por cânceres somadas. Eventos esses que têm a aterosclerose (acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, principalmente causada pelo colesterol ruim (LDL) alto) como uma de suas principais causas.

“As doenças cardiovasculares, especialmente a aterosclerose, são a principal causa de mortalidade no Brasil, o que evidencia a necessidade de novos tratamentos para pacientes que precisam atingir as metas de colesterol ruim (LDL) recomendadas pela SBC”, explica Priscila Raupp, gerente médica sênior de cardiologia da Novartis no Brasil. “Inclisirana surge como um tratamento inovador, que promove uma redução eficaz e sustentada do colesterol ruim (LDL) para que o paciente possa retomar sua rotina após um episódio de infarto ou AVC”.

Grande parte dos brasileiros (64%), porém, desconhece seu risco cardiovascular e, consequentemente, sua meta de colesterol ruim (LDL) para reduzir a chance de ataque cardíaco e derrame cerebral. É o que aponta uma pesquisa encomendada pela Novartis em parceria com a Ipsos. Apesar de 80% conhecerem o termo “colesterol”, esse ainda é um tema sobre o qual os brasileiros não só sabem pouco, como também não se preocupam.

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Mas o controle do colesterol ruim (LDL) é essencial para a saúde do coração: “A alimentação é responsável por cerca de 25% do colesterol no sangue. Para pacientes que já sofreram ataque cardíaco (infarto) ou derrame (AVC), a adoção de dieta e exercícios é necessária, mas não é suficiente para controle do colesterol ruim (LDL). Para diminuir o risco de um novo infarto ou um novo AVC, esses pacientes precisam tomar regularmente seus medicamentos, conforme a orientação do cardiologista”, finaliza Santos.

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