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Falta de diagnóstico de diabetes pode custar caro para o Brasil

Subdiagnóstico do tipo 2 da doença, associado a idade e ganho de peso, preocupa especialistas e é motivo de discussão no Dia Nacional do Diabetes

Por Levimar Araújo*
Atualizado em 26 jun 2023, 17h18 - Publicado em 26 jun 2023, 09h11

O diabetes tipo 2 pode ter uma evolução silenciosa e permanecer assintomático por anos, atrasando o diagnóstico e o tratamento dessa condição. Só no Brasil, estima-se que 31,9% da população com a doença não sabe que convive com ela. Somos o oitavo país do mundo com maior número de subdiagnósticos.

Dos 15,7 milhões de pacientes diagnosticados com diabetes no país, 90% têm o tipo 2 da doença, que geralmente se apresenta a partir dos 40 anos, associado a fatores genéticos e de estilo de vida.

Sabemos, por sua vez, que esse quadro aumenta o risco de doenças renais e cardiovasculares, e, quanto maior o tempo sem diagnóstico, maior o perigo de a pessoa desenvolver essas e outras complicações. Por isso, é urgente que potenciais pacientes e profissionais da saúde se atentem para a realização periódica do rastreio do diabetes, com o objetivo de antecipação diagnóstica e possibilidade de mudança na trajetória de saúde dessas pessoas.

A primeira glicemia em que há alteração e que deve ser avaliada de perto é a pós-prandial, cerca de 2 horas após a refeição: números acima de 200 mg/dL já indicam o diagnóstico de diabetes; entre 140 e 199 mg/dL, o de pré-diabetes; e abaixo de 140 mg/dL, temos valores normais.

Já em jejum, valores acima de 126 mg/dL indicam o diabetes e abaixo de 100 mg/dL consideramos normal. Esses valores são utilizados como referência para auxiliar o diagnóstico e não substituem a avaliação médica individualizada.

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Diante desses resultados, o exame de hemoglobina glicada deve ser realizado para confirmação diagnóstica. Ele mostra a alteração no nível de glicose no sangue dos últimos três meses, sendo que resultados acima de 6,5% indicam a presença do diabetes.

+ LEIA TAMBÉM: Campanha alerta para vacinação de quem vive com diabetes

A Sociedade Brasileira de Diabetes alerta, portanto, para uma avaliação mais cuidadosa na presença de sinais clínicos, como familiares com diabetes, mulheres que tiveram filhos acima de 4 kg, histórico de hipertensão, colesterol alto ou aumento da cintura abdominal.

Quanto mais tarde a detecção, maior o desafio para o manejo e o prognóstico desses pacientes. Além disso, as pessoas não diagnosticadas e que têm diabetes são propensas a usarem mais os serviços de saúde, já que o descontrole da doença aumenta a probabilidade de complicações e, consequentemente, sobrecarregam todo o sistema de saúde.

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Por outro lado, a evolução da doença pode ser postergada com o tratamento correto e personalizado, que envolve mudanças no estilo de vida, adesão ao tratamento medicamentoso e acompanhamento médico com monitoramento glicêmico e rastreamento das complicações antes do aparecimento de qualquer sintoma.

Aumentar a conscientização da população e dos profissionais de saúde sobre a urgência de diagnosticar e tratar o diabetes tipo 2 pode mudar o curso de uma das doenças mais prevalentes da humanidade.

Neste Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho, temos a oportunidade de trazer à luz a necessidade de uma abordagem integrada no tratamento do diabetes tipo 2 e de refletir sobre como podemos garantir que todos os pacientes tenham suas demandas atendidas de maneira abrangente a fim de preservarmos sua qualidade de vida.

* Levimar Araújo é endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

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