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Como fica a fertilidade das pessoas transgênero?

No Mês do Orgulho LGBTQIA+, especialista discute impacto de procedimentos na redução ou na preservação da fertilidade entre pessoas trans

Por Fernando Prado*
Atualizado em 6 jun 2023, 10h18 - Publicado em 6 jun 2023, 09h01

Ainda que as pautas sobre a saúde das pessoas transgênero tenham ganhado mais o debate público, fato é que ainda pouco se discute sobre a capacidade reprodutiva e a fertilidade desses indivíduos. Ocorre que esses pacientes podem ter a capacidade reprodutiva prejudicada devido a cirurgias e terapias hormonais para afirmação de gênero, comumente realizadas para que eles se sintam mais confortáveis com seu corpo.

Nas cirurgias que consistem na remoção dos testículos ou do útero e ovários, a fertilidade é alterada de maneira irreversível. Mas mesmo quem não se submete a esse tipo de procedimento pode sofrer com infertilidade devido ao uso de hormônios para modificar as características corporais.

Nesses casos, se houver desejo de construir uma família, é possível optar pela adoção. Mas, para aqueles que fazem questão da maternidade ou paternidade biológica, a preservação da fertilidade por meio do congelamento de gametas é o melhor caminho.

A criopreservação é uma técnica de congelamento que pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões. Na temperatura de -196ºC, essas estruturas mantêm seu metabolismo completamente inativado, porém mantendo sua viabilidade.

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No caso, em pessoas transgênero designadas com o sexo masculino no nascimento, é indicado o congelamento de sêmen, coletado através da masturbação. Já pessoas transgênero designadas com o sexo feminino no nascimento podem congelar os óvulos, que são coletados, por meio de uma agulha, diretamente dos ovários após estímulo hormonal.

Dessa forma, quando o paciente estiver pronto para ter um filho, os gametas podem ser descongelados para serem fecundados em laboratório junto ao gameta oposto, que pode ser obtido de um parceiro ou de um banco de doação.

O embrião formado a partir da união do óvulo e do espermatozoide é então transferido para o útero, que pode ser de um parceiro ou de uma pessoa disposta a gestar o bebê sem fins lucrativos, o que é chamado de barriga solidária. Mas é importante destacar que a barriga solidária deve ter mais de 18 anos e ser parente sanguínea de até quarto grau. Caso não haja parentesco, o procedimento só pode ser realizado com autorização do Conselho Federal de Medicina.

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Vale ressaltar, no entanto, que é recomendado que o congelamento de óvulos ou sêmen seja realizado antes do início da terapia hormonal. Não que seja impossível realizá-lo depois, mas será necessário descontinuar o uso de hormônios por certo período e ainda assim a qualidade do material biológico pode ser afetada. Por isso é tão importante que as pessoas transgênero estejam cientes das suas opções para preservar a fertilidade.

* Fernando Prado é ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana. É doutor pela Unifesp e pelo Imperial College London, na Inglaterra, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva e diretor clínico da Neo Vita

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