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Como aprimorar o diagnóstico e a prevenção das hepatites virais no Brasil?

Vacinação e detecção precoce são fatores críticos para resguardar população dos efeitos dessas infecções

Por João Renato Rebello Pinho*
24 abr 2024, 08h57

As hepatites virais são um importante problema de saúde pública. O impacto dessas infecções se manifesta com 1,4 milhões de mortes por ano no mundo, seja por infecção aguda, cirrose ou câncer hepático associados às lesões.

No Brasil, diferentes tipos de hepatites apresentam gravidades variáveis, com complicações sérias como insuficiência hepática aguda, cirrose e carcinoma hepatocelular associados principalmente às hepatites B e C. A hepatite D, mais prevalente na região Norte, afeta apenas indivíduos já infectados pelo vírus da hepatite B, enquanto a hepatite E, uma zoonose rara no país, também merece uma dose de atenção.

A detecção da infecção pelos vírus das hepatites é fundamental para o diagnóstico e tratamento eficaz. A ausência de sintomas iniciais da infecção dificulta o diagnóstico precoce de muitos casos. É crucial que os profissionais de saúde solicitem sorologias para as hepatites A, B e C e discutam a imunização para prevenção das hepatites A e B na ausência de marcadores dessas infecções.

As medidas preventivas incluem a vacinação contra hepatites A e B, práticas de higiene pessoal e saneamento adequado para prevenir hepatites A e E, práticas sexuais seguras e evitar contato com sangue ou fluidos corporais infectados para prevenir hepatites B e C. Recentemente, foi demonstrado que até mesmo o sexo oral-anal pode levar à transmissão da hepatite A.

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A vacinação para hepatite A é garantida no SUS e o esquema vacinal preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, prevê dose única da vacina, sendo recomendada a aplicação em crianças entre os 15 meses de idade até cinco anos incompletos. A vacinação contra hepatite B em uma primeira dose deve ser aplicada nas primeiras 12 a 24 horas de vida. O esquema da vacinação é feito no esquema 0, 1 e 6 meses e deve ser aplicado independentemente da idade do indivíduo.

Na fase aguda, alguns casos apresentam febre, anorexia, náuseas, vômitos, semelhantes a outros quadros virais, sendo o diagnóstico de hepatites mais claro quando existe icterícia, colúria e acolia fecal, nem sempre presentes. Os sintomas em geral desaparecem sem tratamento, mesmo em casos em que a infecção viral persiste de forma crônica. Os casos crônicos podem passar desapercebidos e só serem diagnosticados em fase avançada, com risco de desenvolvimento de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular.

Para uma abordagem eficaz no diagnóstico destas infecções, uma análise laboratorial detalhada é essencial, iniciando-se com os marcadores de lesão hepática e com os marcadores específicos virais. Outras causas de hepatites incluem outras infecções virais ou bacterianas e reações autoimunes, que devem ser sempre investigadas quando infecções pelos vírus A, B, C, D e E não forem detectadas. Além disso, é importante considerar que as hepatites podem ser causadas também por alguns medicamentos ou ingestão de álcool.

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Em resumo, a prevenção e o diagnóstico precoce das hepatites virais exigem uma abordagem abrangente que inclua imunização, saneamento básico, educação sobre práticas de sexo seguro e e acesso a testes laboratoriais eficazes. A implementação dessas estratégias é fundamental para reduzir o impacto das hepatites virais no Brasil e proteger a saúde da população.

* João Renato Rebello Pinho é médico patologista clínico e membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica /Medicina Laboratorial (SBPC/ML)

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