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Câncer de testículo: doença pode ser fatal entre adultos jovens

Especialista faz alerta sobre tumor mais comum antes dos 40 anos. Felizmente, com diagnóstico precoce as chances de cura são altas

Por Alfredo Felix Canalini*
17 abr 2023, 10h23

O câncer de testículo, mesmo sendo relativamente raro (5% de todos os tumores no universo masculino), atinge principalmente homens jovens, sendo o tumor sólido mais frequente nessa faixa etária. Trata-se de uma doença de grande impacto, pois costuma acometer pessoas saudáveis, com uma boa expectativa de vida pela frente, muitas delas ainda sem filhos.

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, 60% das mortes por esse câncer ocorrem em homens entre 20 e 39 anos. Mas, se por um lado temos o sofrimento de um problema de saúde que pode encurtar uma vida que seria repleta de realizações, por outro temos a possibilidade de salvar e curar o paciente com diagnóstico precoce e tratamento correto.

Daí a importância do autocuidado, de o homem conhecer seu corpo e, atento, perceber os primeiros sinais da doença e procurar um médico.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) sempre alertou sobre a baixa procura dos homens aos serviços de saúde. As consultas médicas em adolescentes, por exemplo, são 18 vezes maiores nas meninas: elas se cuidam melhor e também são orientadas pelas mães nesse sentido assim que entram na puberdade, passando a conhecer melhor o próprio corpo.

O menino também precisa ser inserido e incentivado nessa rotina de cuidados, aprender a lavar o próprio pênis e saber o que é fimose, conhecer as estruturas que estão na bolsa escrotal e ser informado sobre as doenças que podem atingir os testículos.

E, nesse contexto, deve ser estimulado a procurar um urologista caso note o aparecimento de qualquer caroço, nódulo ou endurecimento testicular. Outros sinais de atenção são dor na parte inferior do abdômen, falta de ar, dor no tórax e aumento ou sensibilidade nos mamilos.

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Os homens que têm maiores chances de desenvolver esse câncer são, principalmente, os que apresentam criptorquidia, nome que se dá quando o testículo não está na bolsa testicular quando o menino nasce. Essa alteração, além de aumentar cinco vezes o risco de aparecimento de tumores testiculares, também pode causar infertilidade. Por esse motivo, a avaliação, o acompanhamento e o tratamento da criança com a condição por um urologista devem ser feitos logo após o nascimento.

Outros fatores de risco para esse tumor são o histórico familiar, história prévia de tumor no outro testículo, exposição da criança ou da mãe durante e gestação a determinadas substâncias tóxicas, infertilidade ou subfertilidade e presença de pequenas calcificações no interior do testículo detectadas pelo exame de ultrassonografia.

O câncer de testículo tem alta chance de cura quando descoberto no início. Para isso, ajuda muito o autoexame periódico dos testículos, em que o homem observa e apalpa a região do saco escrotal. Infelizmente, hoje muitos diagnósticos ainda são retardados devido à ausência de informação e preocupação entre os adultos jovens.

+ LEIA TAMBÉM: Conheça as funções dos testículos (e as doenças que podem atingi-los)

Números do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde apontam um total de 19 616 orquiectomias (nome que se dá à retirada de um ou ambos os testículos) no país no período de 2019 a 2022. O estado com maior número de procedimentos é São Paulo (4 830), seguido por Minas Gerais (1 890), Paraná (1 609), Rio Grande do Sul (1 527) e Rio de Janeiro (1 471).

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O tratamento da doença inclui, na primeira etapa, a cirurgia para retirar parte do testículo acometido pelo tumor e, em algumas situações, até mesmo a retirada total do órgão. Na segunda etapa, dependendo do tipo de câncer, algum tratamento adicional pode ser necessário, como a quimioterapia e a radioterapia, todos com a possibilidade de sequelas.

Porém, a chance de cura é elevada quando se faz o tratamento necessário, sempre lembrando que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, ainda no início da doença, mais fácil se torna o tratamento, mais alcançável é a cura e menor é o risco de sequelas. Portanto, não deixe de conhecer seu corpo e fazer um check-up de tempos em tempos.

* Alfredo Felix Canalini é presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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