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Câncer de pênis: a doença existe – e pode mutilar!

Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) faz alerta sobre o problema, que resultou na amputação do órgão de mais de 6 mil brasileiros nos últimos 10 anos

Por Luiz Otavio Torres*
Atualizado em 9 Maio 2024, 11h24 - Publicado em 13 mar 2024, 08h00
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  • O Brasil está entre os países com maior incidência de câncer de pênis, só perdendo para algumas nações da África subsaariana. Isso se deve provavelmente à falta de informação da população sobre a existência desse tipo de tumor e ao fato de que a maioria dos casos poderia ter sido evitada por meio da higiene com água e sabão e a vacinação contra o HPV.

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    O diagnóstico tardio também é responsável pelo grande número de mortes por câncer de pênis. No Brasil, a maior concentração da doença está nas regiões Norte e Nordeste.

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    Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2012 e 2022, foram registrados no Brasil 21.766 casos de câncer de pênis (uma média de mais de 160 por mês). Um dos tratamentos para o câncer de pênis em estágio avançado – em geral diagnosticado tardiamente – é a amputação parcial ou total do órgão.

    Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (SIH/Datasus), entre 2014 e 2023, houve 6.456 casos de amputação de pênis no país, o que corresponde a uma média de 645 casos por ano.

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    De acordo com o Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2011 e 2021 foram registrados 4.592 óbitos por causa desse tipo de tumor no nosso país.

    Para tentar mudar essas estatísticas e conscientizar o público masculino, a Sociedade Brasileira de Urologia realiza campanhas anuais, com alertas nas redes sociais e mutirões de cirurgia de fimose em vários estados – o procedimento reduz o risco do tumor ao expor a glande e viabilizar uma limpeza adequada da região.

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    + LEIA TAMBÉM: Teste mais preciso que detecta HPV chega ao SUS

    Uma característica do câncer de pênis é que, na maioria dos casos, ele pode ser prevenido com medidas simples, como:

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    1 – Higiene com água e sabão, puxando o prepúcio e lavando toda a região da glande e o pênis;
    2 – Lavagem do pênis após as relações sexuais;
    3 – Vacinação contra o HPV (ela é fornecida gratuitamente pelo SUS para a população entre 9 e 14 anos e a imunossuprimidos);
    4 – Uso de preservativo;
    5 – Cirurgia da postectomia (retirada do prepúcio), indicada quando não se consegue expor completamente a glande para realização da higienização correta

    É imprescindível também ficar atento a sinais da doença, tais como:

    1 – Lesões no pênis e feridas que não cicatrizam;
    2 – Coceira persistente;
    3 – Secreção com odor forte;
    4 – Inchaço da glande;
    5 – Presença de nódulos na virilha.

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    Quando diagnosticado em uma fase inicial, o câncer de pênis tem alta probabilidade de cura. Lesões pequenas e superficiais podem ser retiradas cirurgicamente, com uma boa margem de segurança para se evitar deixar lesões não visíveis adjacentes. Em determinados casos, podem ser utilizados também a cauterização química ou a eletrocoagulação.

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    Na presença de lesões um pouco maiores e infiltrativas, pode ser necessária a retirada da área afetada pelo tumor através da amputação parcial do pênis (penectomia parcial). Já nos casos mais avançados, com grande volume tumoral ou nitidamente invasivo, a amputação total do pênis (penectomia radical) é recomendada. Em casos mais graves ainda, pode ser necessária a retirada dos testículos e/ou da bolsa escrotal.

    O câncer de pênis, além do potencial risco de morte, traz também um comprometimento emocional e social, já que o tratamento por meio da amputação do órgão irá impactar a autoestima do paciente. Felizmente, é possível evitar esse desfecho.

    * Luiz Otavio Torres é presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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